Eslováquia – A experiência da DOMKA |
RMG – Projeto Europeu: a realidade eslovaca |
Há no País 2.201.798 habitantes abaixo dos 30 anos. Os Jovens representam 40,68% da população total. A Eslováquia, por isso, diferentemente de outros países da União Europeia, não se defronta com a falta de jovens.
As mudanças na educação
O sistema escolar na República Eslovaca, depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, mudou profundamente do ponto de vista organizativo, didático, mas sobretudo do ponto de vista ideológico e pedagógico, com a adoção de uma orientação democrática, inspirada no modelo europeu ocidental. A Instrução obrigatória, depois da reforma ocorrida em 1998, foi estendida a 10 anos de duração. A educação pré-elementar, para crianças entre dois e seis anos de idade, não é obrigatória: e dá-se nas escolas para a infância. A definição de un 'curriculum' com dois níveis – programa nacional e educativo escolar – deveria permitir às escolas terem maior liberdade de ação relativamente ao conteúdo e à metodologia do processo educativo. O programa de aprendizagem permanente prevê a criação de uma moldura de qualificação nacional, que aproxime a instrução fornecida às exigências do mercado do trabalho, que dê igual dignidade à instrução formal e à instrução técnica, que estimule a participação na instrução técnica superior.
Elevada desocupação juvenil
Em dezembro de 2009 a taxa de desocupação geral era de 13,6% e o do desemprego juvenil, 32,9%. Em fevereiro de 2012, a Eslováquia registrou 35% de desocupação entre jovens de até 24 anos. Isto significa que a Eslováquia ocupa o terceiro lugar entre os países com mais alta taxa de desocupação juvenil – atinente a pessoas com menos de 25 anos – entre os países da União Europeia.
Para sustentar a ocupação foram preparados numerosos serviços de informação e consultoria. Apesar de tais medidas, o verdadeiro desafio é encontrar a solução para a desocupação de longa duração e para a consequente “desempregablilidade” dos jovens, causada pela falta de habilitações e aptidões laborativas. Outro desafio é a contínua discrepância entre a educação formal e a demanda do mercado, e o fenômeno associado: da desvalorização da instrução universitária pelo terciário, que com freqüência não consegue preparar um segundo grau adaptado às reais exigências do mercado do trabalho.
Papel da família na vida dos jovens
A maioria dos jovens na Eslováquia não propende a iniciar atividades próprias. Preferem esperar que alguém os assuma. Não é difundida a mentalidade do “vejo as necessidades, busco as soluções”. Essa mentalidade não é favorecida sequer pelas famílias que, para os próprios filhos, preferem um bom emprego a um futuro de trabalhador independente.
A maior parte dos jovens se casa ao menos uma vez, na vida. Os dados demográficos revelam que a idade média em que a população se casa está-se elevando. A situação atual constata uma diversificação nas formas de vida familiar, mudanças dentro da vida das famílias, da sua estrutura e das suas dimensões; assim como depara um maior impacto do trabalho e da ocupação dos pais sobre o andamento familiar. A crescente carga de trabalho e ‘stress’ nos pais, coligada à redução do número do núcleo familiar e à ruptura dos relacionamentos de vizinhança, faz com que as condições de vida das crianças estejam se tornando cada vez mais difíceis. As crianças com freqüência sofrem de solidão e em seu ambiente, seja familiar, seja virtual, estão à procura de alguém que os aconselhe, lhes seja amigo (o que eles nem sempre encontram). Em alguns âmbitos, os rapazes superam drasticamente os conhecimentos dos próprios pais e professores: modificam-se deste modo as tradicionais relações entre a criança e o adulto.
Jovens e tempo livre
Os jovens dispõem em média de quatro horas de tempo livre, por dia. Esse tempo se eleva até a sete horas, para jovens desempregados que não estejam inseridos em algum grupo juvenil.
Os pais que mais se interessam pelos grupos associativos, exercem uma grande influência sobre o uso do tempo livre dos filhos mais pequenos. As atividades organizadas para o tempo livre referem-se a apenas 16% dos jovens, 86% dos quais entretanto se compõem de crianças e adolescentes com menos de 14 anos. Os maiores ao invés preferem transcorrer o tempo livre de maneira individual não-organizada, porque as atividades organizadas não correspondem às suas exigências, revelando-se por isso pouco atraentes. No caso de crianças mais pequenas, a oferta de atividades organizadas é com freqüência economicamente exigente.
Está ainda ausente, além disso, uma estreita colaboração entre escolas e grupos juvenis, relativamente ao uso dos ambientes que permitiriam a ambas as instituições completar-se e fortalecer o crescimento dos jovens. Os jovens estão cada vez mais em busca de sistemas inovadores para a difusão de informações. E para trocar opiniões e experiências em tempo real se utilizam das modernas tecnologias, sobretudo da Internete, do correio eletrônico, do ‘videochat’...
Comparando: têm os jovens nas áreas rurais menos oportunidades que os jovens que vivem nas cidades. Quem vive nos campos considera-se em desvantagem em termos de acesso à instrução, às oportunidades de trabalho, às informações, à internete. Os ambientes recreativos e os serviços nas áreas rurais são significativamente menos desenvolvidos relativamente às regiões urbanas, tanto em termos de ambientes e de alcance quanto de qualidade e quantidade de ofertas.
(Tradução aos cuidados da Redação.)