Serra Leoa – Dom Bosco Fambul: três presentes para o aniversário de Dom Bosco |
Serra Leoa – Na luta contra o ebola a “Don Bosco Child Line 116” |
(ANS – Freetown) – O P. José Ubaldino Andrade Hernández é um salesiano venezuelano,missionário em Serra Leoa desde 2000 e atualmente Diretor e Pároco da obra salesiana “Don Bosco Fambul”, em Freetown. A revista missionária ‘Cagliero 11’ traz o seu testemunho:
Há dois elementos no meu desejo de ser missionário. O primeiro é que penso que minha vocação missionária tenha sido implantada no meu coração e na minha mente muito antes de se tornar consciente. Minha mãe pertence à Legião de Maria; recordo-me que, antes de aprender o catecismo, ela me levava a dar comida aos famintos, conforto e esperança aos doentes. Aos poucos comecei a entender que isso significava ser cristão, sair de casa, ir ao encontro, partilhar com os outros, até mesmo o pouco que tínhamos.
O segundo é que durante a minha infância e a minha juventude tive a graça de conhecer muitos missionários, os quais, com sua vida, marcaram profundamente a minha, até o ponto de querer imitá-los: eram espanhóis, italianos, poloneses, irlandeses, egípcios, colombianos, argentinos, etc.; bombeiros, professores, cozinheiros, psicólogos, mecânicos, enfermeiros, músicos.
Mas, acima de tudo, eram homens e mulheres que amavam a Jesus Cristo e aos outros, e deixaram tudo para servir. Deixaram sua pátria e vieram ajudar, a viver como nós, a rir e chorar, a cantar e rezar, a caminhar e crescer. Partilharam sua vida conosco, anunciando uma grande Notícia, a Boa Nova de Jesus. Através deles tive minha vocação missionária. Quero imitar suas vidas, suas boas ações, seu sacrifício, dedicação e perseverança. Quero sempre amar como eles amaram.
A África é uma terra misteriosa na qual a dor e a tristeza estão sempre à nossa porta. Muitos jovens foram arrastados para uma vida de sobrevivência: doença, injustiça, perigo, morte. Em meio a esta realidade, minha alegria maior foi a de descobrir a ação amorosa e misericordiosa de Deus. E percebo que quanto mais procuro evangelizar tanto mais sou evangelizado.
Certamente muitos pensam: “Também a Venezuela tem necessidade de missionários; por que ir para a África?” Esta é uma pergunta difícil. É claro que a Venezuela, país que eu amo, tem necessidade de missionários; mas aos poucos aprendi que a vida é nossa missão e que a missão não tem fronteiras. Nossa vida está fundamentada sobre o chamado de Cristo que nos envia. Quanta alegria experimento ao servir o meu povo! Mas sinto que o Senhor me pede para ir até os últimos recantos do mundo, a fim de que os que ainda não O conhecem possam encontrá-Lo.
Aos salesianos que querem ser missionários, especialmente aos da América do Sul, quero dizer: estejamos atentos ao chamado missionário do Senhor para ir ‘ad gentes’: deixemo-nos conduzir pelo seu Espírito. Não esqueçamos que nosso Pai Dom Bosco sempre sonhou ser missionário. Tu podes realizar o sonho de Dom Bosco. E lembra-te: são muitos os que te esperam!
Publicado em 22/09/2015