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12/11/2007 - HOMILIA NA LITURGIA DE BEATIFICAÇÃO DO VEN. SERVO DE DEUS ZEFERINO NAMUNCURÁ (1886-1905)
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Chimpay, 11 de novembro de 2007

Leituras: Êxodo 3,1-9.15; Romanos 12,9-21; Lucas 10,21-24

 

1. «Naquele momento Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra’» (cf. Lc 10,21).
Hoje também nós, com Jesus e toda a sua Igreja, exultamos no Espírito Santo e louvamos o Pai, Senhor do céu e da terra, que não revelou os mistérios profundos da sua vida e do seu amor aos sábios do mundo, mas aos pequeninos.
Aos pequeninos, aos pobres, aos sedentos de justiça, aos promotores de paz, aos perseguidos, aos que se empenham dia após dia por vencer o mal com o bem – a eles Deus comunica a sua vida, isto é, a santidade.
O episódio dramático da sarça ardente, absolutamente central na revelação do Antigo Testamento, nos lembra que existe um abismo, de per si intransponível, entre a criatura e o Criador. Mas em Jesus Cristo – Filho de Deus, que se fez pequeno e pobre, e que se humilhou até à morte na cruz – nEle o abismo foi preenchido, e quem nEle crê pode alcançar a mesma vida de Deus.

Hoje nós celebramos estes prodígios da graça num jovem araucano, Zeferino Namuncurá, filho do Grande Cacique dos Pampas: o Papa Bento XVI, a quem dirigimos o nosso pensamento agradecido, desejou que hoje este Jovem de 19 anos fosse inscrito no Álbum dos Bem-aventurados.
Mas quem é Zeferino e qual “o segredo” da sua santidade?

2. Zeferino – já o sabemos – nasceu de família altiva e generosa, da tribo valente dos Índios Araucanos, das terras da Patagônia.
Se nele a santidade pôde florescer foi porque achou um terreno propício nas qualidades humanas próprias da sua terra e da sua estirpe, qualidades que ele assumiu e aperfeiçoou.
Apraz-nos contemplar no beato Zeferino toda a história, por vezes dramática, da sua Gente. Reúne ele em si os sofrimentos, as anseios, as aspirações dos Mapuches, que exatamente nos anos da sua meninice se encontravam com o Evangelho e se abriam ao dom da fé.
Glorificar hoje a Deus no bem-aventurado Zeferino significa igualmente fazer memória viva e reconhecida das antigas tradições do altivo e indômito povo mapuche; e ao mesmo tempo redescobrir a fecundidade do Evangelho, que não destrói os valores autênticos trazidos por uma cultura; antes, os assume, purifica e aperfeiçoa.
A mesma vida de Zeferino é uma como “parábola” desta verdade profunda. Zeferino nunca se esqueceu de que era mapuche: para ele o ideal supremo era o de ser útil à sua gente. Mas o encontro com o Evangelho fez crescer, numa perspectiva nova, a sua aspiração fundamental: – chegou a desejar ardentemente ser salesiano, e sacerdote, “para indicar” aos seus irmãos mapuches “o caminho do Céu”.

3. Escolheu para modelo de vida, Domingos Sávio. Esse aluno predileto de Dom Bosco foi canonizado por Pio XII em 1954, e com isso de algum modo foi também canonizada aquela “receita simples” de santidade que o “pai e mestre dos jovens” entregara um dia a Domingos Sávio. Uma receita que diz mais ou menos o seguinte: “Vive sempre alegre; cumpre bem os teus deveres de estudo e de piedade; e ajuda os teus colegas”.

Antes de tudo a alegria. “Ele sorri com os olhos”, diziam de Zeferino os seus companheiros. Era a alma das recreações, de que participava com criatividade e entusiasmo, por vezes até com irrupção. Sabia fazer mágicas, o que lhe valeu o título de “mago”. Organizava competições, e ensinava aos seus colegas o melhor modo de preparar arcos e flechas, a fim de, ao depois, treiná-los no tiro ao alvo.

Dom Bosco recomendava a Domingos também os deveres de estudo e piedade. No colégio salesiano de Villa Sora, em Frascáti (Itália), Zeferino – embora encontrando dificuldades em língua italiana – conseguiu em poucos meses tornar-se o segundo da classe. No boletim de notas sobressai um ótimo desempenho em língua latina, que para ser sacerdote representava então requisito importante.
A piedade de Zeferino era a normal e característica, dos ambientes salesianos, firmemente radicada nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia, considerada “a coluna” do sistema preventivo. Era por isso que Zeferino assumia de boa vontade o encargo de sacristão. Durante os meses da sua permanência em Turim, era visto deter-se por longas horas no Santuário de Maria Auxiliadora, em diálogo íntimo com o Senhor.

Dom Bosco por fim recomendava a Domingos que ajudasse os colegas.
Quanto a isto, impressiona o testemunho de um salesiano, P. Iorio, sobre Zeferino. Três dias antes de morrer, o P. Iorio foi visitá-lo no Hospital Fatebenefratelli, da Ilha Tiberina (Roma). A poucos dias da morte, o nosso beato lhe disse: “Padre, eu dentro de pouco tempo vou partir, mas recomendo-lhe este pobre jovem que jaz nessa cama perto da minha. Volte com freqüência a visitá-lo… Sofre tanto! De noite quase não dorme: tosse muito…”. Isto dizia Zeferino, cujo estado era muito pior e absolutamente não podia dormir.

4. Ao entrar na Basílica Vaticana pode-se ver bem no alto, no último nicho à direita da nave central, uma grande estátua de São João Bosco, que aponta para o altar e o túmulo de São Pedro. Perto dele estão dois jovens: um de feições européias, outro com os típicos traços somáticos da gente sul-americana. E’ evidente a referência aos dois jovens santos: Domingos Sávio e Zeferino Namuncurá. E’ a única representação de adolescentes presentes na Basílica Vaticana. Permanece assim, fixado no mármore, no coração da cristandade, o exemplo da santidade juvenil e, junto, persiste forjada a perene validade das intuições pedagógicas de Dom Bosco: após um século e meio, na Patagônia como na Itália e em tantos países do mundo, o sistema preventivo amadurou em frutos quase inesperados, formou heróis e santos.

5. Ó Bem-aventurado Zeferino, nós nos dirigimos agora à tua poderosa intercessão: ampara a nossa caminhada para que também nós hoje possamos prosseguir pela via da santidade, fiéis aos ensinamentos de Dom Bosco.
Tu alcançaste os cimos da perfeição evangélica cumprindo bem os deveres de cada dia. Tu nos relembras que a santidade não é qualquer coisa de muito excepcional, reservada a poucos eleitos: a santidade é a vocação comum de todos os batizados e é a meta empenhativa da vida cristã ordinária.
Faz-nos compreender que, ao depois de tudo, só há uma coisa que importa fazer: ser santos, como Ele – o Senhor – é santo.
Guia-nos tu, ó Beato Zeferino, com o teu semblante sorridente: mostra-nos o caminho do Céu! Acompanha-nos para seguirmos juntos ao encontro do teu Amigo Jesus.

Amém!

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