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13/11/2013 - Argentina – Padre Jorge Mario Bergoglio: "sobre a experiência que tive acerca do coadjutor sr. Zatti"
Imagen Service-ARGENTINA – PADRE JORGE MARIO BERGOGLIO: "SOBRE A EXPERIÊNCIA QUE TIVE ACERCA DO COADJUTOR SR. ZATTI"

IHS

Buenos Aires, 18 maio 1986

R.P.
Cayetano Bruno, SDB
Buenos Aires

Querido P. Bruno:

                                    Pax Christi!!

                                    Na sua carta de 24 de fevereiro, o senhor pedia-me para eu escrever alguma coisa sobre a experiência que tive acerca do coadjutor sr. Zatti (de quem me tornei muito amigo), sobre as vocações de Irmãos Coadjutores. Peço desculpa pelo atraso em responder, porém, realmente durante este tempo tive dificuldade em encontrar um momento tranquilo para recordar tudo aquilo e pô-lo por escrito. No entanto, mais vale tarde que nunca…

  1. Nós tínhamos uma falta muito grande de Irmãos Coadjutores. Apresento uma referência do ano 1976, em que eu conheci a vida de sr. Zatti. Nesse ano, o Irmão Coadjutor mais novo tinha 35 anos, era enfermeiro, e morreria quatro anos depois vítima de um tumor cerebral. O que lhe seguia em idade tinha 46 anos, e o outro a seguir tinha 50 anos. A partir daqui, eram todos idosos (muitos deles continuam a trabalhar muitíssimo bem com os seus 80 anos e mais). Este “quadro demográfico” dos Irmãos Coadjutores na Província da Argentina levava muitos a pensar na possibilidade de que se tratava de uma situação irreversível, e que não haveria mais vocações. Alguns até se questionavam sobre a “actualidade” da vocação do Irmão Coadjutor na Companhia, devido a que – pelos factos – parecia que se extinguiriam. Também se faziam esforços em varias partes para delinear uma “nova imagem” do Irmão Coadjutor, para ver se – por esse caminho – se conseguia um maior chamamento de jovens que seguissem este ideal.
  2. Por outro lado, o P. Geral, Pedro Arrupe, S.J., insistia muito na necessidade da vocação do Irmão Coadjutor para o corpo completo da Companhia. Dizia mesmo que a Companhia não era Companhia, sem Irmãos Coadjutores. Os esforços que fez o P. Arrupe nesta área foram ingentes. A crise era não só de algumas Províncias, mas de toda a Companhia (com relação às vocações de Irmãos).
  3. Em 1976, julgo que foi no mês de setembro aproximadamente, durante uma visita canónica que fiz aos missionários jesuítas do norte da Argentina, fiquei no Arcebispado de Salta, durante alguns dias. Ali, entre conversa e conversa em fim de refeição, Mons. Pérez contou-me a vida de sr. Zattri. Até me deu a ler o livro da sua vida. Chamou-me a atenção a sua figura de Coadjutor tão completa. A partir de então eu senti que deveria pedir ao Senhor, por intercessão desse grande Coadjutor, que nos mandasse vocações de coadjutores. Fiz novenas e pedi aos noviços que fizessem o mesmo.
  4. Desejo declarar duas coisas: a primeira, que as datas não são exactas. Ao falar de setembro de 76 estou a indicar mais ou menos um tempo, que abarca um período elástico de 6 meses. Para poder determinar com exactidão a data, teria de ver os arquivos da Cúria Provincial. Mas para o caso desta narrativa basta a indicação geral do tempo. A segunda coisa é que também em Salta, varias vezes senti a inspiração interior de encomendar ao Senhor e à Senhora do Milagre o aumento de vocações na Província (isto em geral, e não especificamente de Coadjutores, para isso pedia a intercessão do sr. Zatti). Também fiz uma promessa de que os noviços iriam em peregrinação à festa do Senhor e da Senhora do Milagre se alcançássemos o número de 35 noviços (isto foi em setembro de 1979).
  5. Volto à oração pelas vocações de Coadjutores. Em 1977 chegou o primeiro jovem Coadjutor (actualmente tem 32 anos). No dia 29 de outubro do mesmo ano chegou o segundo (tem agora 33 anos. Depois assim de seguida:
  • o terceiro entrou em 1978, tem actualmente 33 anos;
  • o quarto entrou em 1978, e tem actualmente 26 anos;
  • o quinto entrou em 1979, e tem actualmente 42 anos;
  • o sexto entrou em 1980, tem actualmente 39 anos;
  • o sétimo entrou em 1981, tem actualmente 39 anos;
  • o oitavo entrou em 1981, tem actualmente 27 anos;
  • o nono entrou em 1981, tem actualmente 23 anos;
  • o décimo entrou em 1981, tem actualmente 27 anos;
  • [o 11º falta na versão original, ndr]
  • o 12º entrou em 1982, tem actualmente 25 anos;
  • o 13º entrou em 1983, tem actualmente 25 anos;
  • o 14º entrou em 1983, tem actualmente 25 anos;
  • o 15º entrou em 1983, tem actualmente 22 anos;
  • o 16º entrou em 1985, tem actualmente 25 anos:
  • o 17º e 18º entraram este ano e estão actualmente no Noviciado.

Isto é, desde que começamos a invocar o cod. Zatti, chegaram ao noviciado 18 Coadjutores jovens que perseveraram, e mais outros 5 que deixaram o noviciado ou o juniorato. No total: 23 vocações.

6.    Os noviços, os estudantes e os coadjutores jovens fizeram várias vezes a novena em honra do sr. Zatti pedindo vocações de coadjutores. Eu também fiz o mesmo. Estou convencido da sua intercessão neste assunto, visto que pelo número é um caso raro na Companhia. Como reconhecimento, na segunda e terceira edição do Devocionário do Sagrado Coração inserimos a novena para pedir a Canonização do sr. Zatti.

7.    Um dado interessante está na qualidade dos que entraram e perseveraram. São jovens que querem ser Coadjutores como Santo Inácio queria que fossem, sem que se lhes “dourasse a pílula”. Para nós, a vocação do Irmão Coadjutor é muito importante, o P. Arrupe dizia que a Companhia, sem eles, não era Companhia; têm um carisma especial que se alimenta com a oração e o trabalho. E fazem bem a todo o corpo da Companhia. E precisam de exigência. O P. Swinnen, que era Mestre [dos noviços, ndr] na época em que começaram a chegar as vocações dos Irmãos (depois foi Provincial e agora voltou a ser Padre Mestre) soube incutir neles, desde o começo, o verdadeiro carisma inaciano do sentido temporal do Coadjutor. E fez o mesmo quem lhe sucedeu no cargo de Mestre, quando ele era provincial (P. López Rosas). Os jovens ficam desiludidos quando vêem que são tratados com meias medidas ou paliativos na própria vocação. Querem ser todos de um só peso e medida (mesmo se por vezes protestam no memento, mas no íntimo do coração procuram autenticidade, não imitações). 

Foi esta, em geral, a história da minha relação com o coad. Zatti a propósito das vocações dos Irmãos Coadjutores na Companhia. Repito que estou convencido da sua intercessão, porque sei quanto lhe pedimos, invocando-o como advogado para este assunto.

Nada mais por hoje. Sou Vosso afmo., em Nosso Senhor e Sua Mãe Santíssima,

                   Jorge Mario Bergoglio, S.J.

                                  (Segue)

8.    Relendo a carta vejo que seria bom completar o número 7, falando da qualidade dos jovens Coadjutores. São piedosos, alegres, trabalhadores, sãos. Verdadeiros homens e conscientes das vocações a que foram chamados. Sentem uma especial necessidade de oração pelos jovens estudantes jesuítas que se preparam para o sacerdócio. Não se nota neles nenhum “complexo de inferioridade” por não serem sacerdotes, nem lhes passa pela cabeça aspirar ao diaconado… Conhecem qual é a sua vocação e querem que seja assim Isto é salutar. E faz bem.

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