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RMG – O Papa Francisco: ouvir o que ele diz, mas também ver como no-lo diz |
(ANS – Cidade do Vaticano) – Ontem, 18 de março, vigília da Celebração Eucarística para o início do Ministério Petrino, a Secretaria de Imprensa do Vaticano apresentou o Brasão do Papa Francisco, o qual escolheu como Lema a expressão de São Beda Venerável, presbítero: “miserando atque eligendo”.
Escudo
Nos traços essenciais, o Papa Francisco decidiu conservar o seu brasão anterior, escolhido desde a sua consagração episcopal, caracterizado por mui linear simplicidade.
O escudo azul é encimado pelos símbolos da dignidade pontifícia, iguais àqueles desejados pelo seu predecessor, Bento XVI (mitra colocada entre chaves cruzadas em ouro e prata). No alto do escudo, campeia o emblema da Congregação de proveniência do Papa, a Companhia de Jesus: um sol radioso e flamejante carregado pelas letras, em vermelho, IHS, monograma de Cristo (as três letras iniciais maiúsculas do nome Jesus ‘em grego’). A letra H (eta, correspondente a ‘e’ em português) está encimada por uma cruz; abaixo do monograma, os três Pregos ou Cravos, em preto.
Mais abaixo, encontram-se a estrela e o flor de nardo. A estrela, segundo antiga tradição heráldica, simboliza a Virgem Maria, Mãe de Cristo e da Igreja; enquanto que a flor de nardo, simboliza São José, Patrono Universal da Igreja Católica: de fato na tradição iconográfica hispânica, São José é representado com um ‘ramo’ de nardo na mão. Pondo em seu escudo tais imagens, o Papa entendeu exprimir a sua própria especial devoção à Virgem Maria e a São José.
Lema
O lema do Santo Padre Francisco – ‘miserando atque eligendo’ – é tomado das Homilias de São Beda, o Venerável, sacerdote (Hom. 21; CCL 122, 149-151), o qual, comentando o episódio evangélico da vocação de São Mateus, escreve: "Vidit ergo lesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi: Sequere me" (Viu Jesus o publicano e com misericórdia o escolheu. E disse-lhe: Segue-me!).
Essa homilia é uma homenagem à misericórdia de Deus e é reproduzida na Liturgia das Horas, da festa de São Mateus. Ela reveste um sentido especial na vida e no itinerário espiritual do Papa. De fato, na Festa de São Mateus de 1953 o jovem Jorge Mario Bergoglio experimentou, na idade de 17 anos, de modo todo particular, a presença amorosa de Deus em sua vida. Depois de uma confissão, sentiu-se-lhe tocar o coração e advertiu a descida da misericórdia de Deus que com olhar de terno amor o chamava à vida religiosa, na esteira de Santo Inácio de Loyola (Jesuítas).
Uma vez eleito Bispo, S. Excia. Dom Bergoglio. em lembrança do acontecimento que lhe marcou os inícios da sua total consagração a Deus na Sua Igreja, decidiu escolher, como lema e programa de vida, a expressão de São Beda “miserando atque eligendo”, que desejou reproduzida outrossim no próprio escudo pontifício.
Publicado em 19/03/2013