(ANS - Cidade do Vaticano) - Sexta-feira, 12 de outubro, além do Reitor-Mor, participaram da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos também dois salesianos: Dom A. Malayappan Chinnappa, arcebispo de Madras e Mylapore, e Dom Enrico dal Covolo, Bispo reitor da Pontifícia Universidade Lateranense.
Arcebispo Chinnappa - Recordando a pluralidade e a diversidade da riqueza do Espírito Santo e lembrando que o Concílio Vaticano II foi um novo Pentecostes para a Igreja, Dom Chinnappa sugeriu que o método da nova evangelização em seus diversos contextos terá que seguir o ensinamento de Jesus: "Jesus não se impõe, mesmo sabendo que todas as pessoas são indivíduos criados à imagem de Deus". Citando o diálogo com a mulher samaritana (João 4: 1-42) e o diálogo de Jesus com seus apóstolos em Cesaréia de Filipe (Mt 16, 13-19), ele destacou a importância de uma descoberta progressiva e orientada de Jesus. A tarefa dos evangelizadores é criar as condições para ajudar as pessoas a descobrirem Jesus sozinhas. "A tradição indiana traz os Mangas (modos), manga grão (conhecimento), bakati manga (amor por Deus) e kunma manga (ação). As pessoas podem alcançar a Deus por meio de um desses canais".
É principalmente nos contextos multi-religiosos que a pluralidade e a diversidade pode ser vivida. A "Nostra Aetate", a "Gaudium et Spes" e a "Redemptoris Missio" oferecem subsídios úteis sobre quais atitudes adotar no diálogo em cada um desses contextos.
O Arcebispo Chinnappa também apontou a preferência pelos excluídos em um mundo que recusa os pobres e discrimina por raça, sexo ou casta. "A mensagem do Reino de Deus que Jesus trouxe baseia-se no relato dos pobres, chamados de ‘abençoados’. Melhorar as condições dos pobres, dos oprimidos e discriminados deve, portanto, ser a primeira tarefa da nova evangelização".
A contribuição de Dom De Covolo teve natureza mais cultural: a progressiva descristianização da velha Europa depende, entre outros, de dois processos interligados: a estatização do direito e a estatização das escolas.
"As escolas e as universidades, incluindo as católicas, estão cada vez mais sujeitas ao controle direto do Estado. A essa lógica não escapa nem mesmo o chamado Processo de Bolonha", afirmou o bispo, apontando de que maneira o conteúdo do ensino é imposto, em alguns países, pelos programas e livros didáticos. "Nesse processo, a visão cultural aberta à fé cristã é sistematicamente enfraquecida em favor das perspectivas inter-religiosas e interculturais. Desta forma insinua-se na mente dos jovens uma visão cultural distante da fé cristã, ou até mesmo explicitamente oposta a ela".
Essencial é a formação dos professores. "Em muitos países, os professores são treinados apenas nas universidades estaduais, e quem quer ensinar precisa ter habilitações para a docência obtida de acordo com o currículo do estado através de exames de estado".
A nova evangelização só pode ser realizada por meio do reconhecimento das pessoas, de sua consciência, de seus direitos. "Se os Estados, como muitas vezes têm feito e continuam a fazer, se apropriarem do projeto pessoal de aprendizagem, privam as pessoas da liberdade a se realizarem e de um direito original e constitutivo."
O bispo Dal Covolo falou sobre o compromisso para um funcionamento eficiente de escolas e universidades em geral, mas de uma maneira especial das católicas, criando sinergias com as famílias e outras agências educativas na área (paróquia, oratória, centros de juventude, instituições ...). Uma abertura de diálogo entre fé e cultura do ensino. "A especificidade das escolas e universidades católicas deverá ser o diálogo inesgotável entre a ciência de Deus e as ciências do homem, por uma síntese teológica assimilada existencialmente e consistentemente testemunhada pelos formadores."
Postado em 15/10/2012