(ANS – Duékoué) – Depois de meses e meses de extrema dificuldade advinda do ‘superpovoamento’, a missão salesiana Santa Teresinha está finalmente saindo da situação de emergência. As condições de vida ali dentro melhoraram e já é possível retomar as atividades tradicionais e programar os trabalhos necessários.
O Ecônomo da Visitadoria África Ocidental Francófona, P. Hernán Cordero, tornou público através de Ofício, que na missão salesiana atualmente existem ainda entre 5/6 000 pessoas. “O nosso pátio está portanto bastante ‘liberado’ se o compararmos com a situação no mês de abril, quando havia mais de... 30000 refugiados” – diz o despacho. Só na segunda-feira, 26 de setembro, 1 550 pessoas se transferiram a outro campo, maior e mais bem ‘equipado’.
Mas isso não quer dizer que o povo deixe a missão de boa vontade: há muitas pessoas, sobretudo das chegadas das vilas das florestas, que continuam traumatizadas pelos acontecimentos; e embora saiam durante o dia, voltam de noite para ali dormir: “Será portanto necessário ainda muito tempo – fala-se no comunicado do Ecônomo –; não se pode não considerar o aspecto psicológico”.
As tensões e os problemas de segurança, todavia, diminuíram notavelmente. E pela primeira vez o contingente das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) introduziu a noção de “esvaziar”, em vez de somente “reduzir” na obra salesiana.
O centro de formação profissional (CPAR) voltou a funcionar quase ‘normalmente’. Alguns jovens alunos que o frequentavam não mais comparecem e não se sabe por onde andem. Mas a escola retomou as atividades. Em setembro concluíram-se os cursos: os 11 alunos que se apresentaram ao exame oficial, para obter o Certificado de Idoneidade Profissional (CAP), superaram-no com sucesso. Agora se abriram as matrículas para o novo ano, que iniciará em novembro.
Graças aos auxílios recebidos durante a fase mais aguda da crise a missão salesiana pode enfim programar os trabalhos para o futuro. Uma parte das contribuições será usada para reconstruir os locais da missão: refazer as instalações higiênicas e os esgotos, pintar a Igreja paroquial; de elementar importância será repristinar as instalações elétricas e hídricas, que não haviam resistido à enorme sobrecarga dos meses passados (atualmente é a ONUCI que fornece água). A ONUCI prometeu auxílio também para a reparação do pátio. Mas para todas essas atividades é preciso aguardar a saída de todos os refugiados. No CPAR será necessário repintar as oficinas, pôr grades, substituir portas. Uma parte da mobília deverá ser refeita e algumas instalações completadas.
Se para algumas ongues, finda a emergência, a tarefa de cuidar dos refugiados terminou, para os salesianos está agora a começar a parte mais difícil, isto é, ajudá-los a reconstruir a suas vidas. Tendo muitos perdido tudo, não podem garantir a educação das crianças e adolescentes e, por isso, o CPAR e a Escola elementar estão providenciando arranjar bolsas de estudo, parciais ou integrais, segundo as exigências. Algumas famílias, sobretudo de viúvas com crianças, deverão ser ajudadas a montar uma pequena atividades de comércio ou artesanato com que gerar algum lucro: a comunidade está avaliando qual seja a melhor maneira (microcrédito, cooperativas…) para um empréstimo inicial.
Também o aspecto humano não pode ser descuidado: estão-se já preparando atividades de animação, sobretudo a partir da paróquia, para integrar os jovens e as crianças, para dar valor ao fato de viverem juntos.
Conclui-se, o Comunicado, com um agradecimento e uma garantia: “Todas essas atividades são realizadas, ou o serão, graças ao vosso auxílio. Cumpre-nos assegurar-vos que os fundos recebidos serão empregados segundo a vontade dos doadores; e serão comprovados integralmente através da Secretaria de Desenvolvimento ADAFO, que nos ajuda na gestão dos fundos”.
Publicado em 05/10/2011