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20/3/2015 - Haiti – Entrevista com o Reitor-Mor
Imagen Service-HAITI – ENTREVISTA COM O REITOR-MOR

(ANS - Port-au-Prince) - Durante sua visita ao Haiti, de 10 a 14 de março, o Reitor-Mor, padre Ángel Fernández Artime, concedeu uma entrevista ao Diretor de Comunicações da Visitadoria "Beato Filipe Rinaldi" do Haiti, o salesiano irmão Hubert Mesidor.

Quatro dias no Haiti: qual é a sua avaliação desta realidade Salesiana?

Minha impressão foi realmente muito boa, deixamos o país com o coração cheio de alegria, de boas experiências, das imagens e sorrisos dos jovens e do povo haitiano. Em relação à presença salesiana no país, acredito que temos uma realidade maravilhosa, que certamente se desenvolverá ao longo do tempo, com grande fidelidade à missão salesiana e ao carisma recebido do Senhor e de Dom Bosco. Como eu disse aos irmãos salesianos, é preciso usar a inteligência, perceber os sinais dos tempos com um olhar para o futuro, para sermos capazes de responder fielmente. Não podemos avaliar com base apenas em nossas necessidades; mas precisamos considerar o que o Senhor espera de nós, hoje, e as necessidades dos jovens e da sociedade haitiana, a partir do Evangelho e da nossa missão como educadores e pastores.

O Haiti está vivendo uma situação excepcional, pós-terremoto. Como o senhor  avalia a reconstrução do país em geral e, em especial, das obras salesianas, cinco anos após o terremoto?

De uma maneira geral, tive a sensação de que ainda há muito a ser feito em relação à reconstrução e eu não sei se será possível completá-la. Fiquei impressionado ao ver tantas casas sendo reconstruídas. Devo admitir que fiquei muito impressionado ao conhecer Cité-Soleil, onde a realidade continua a ser a mesma de antes do terremoto. Aquele cinturão de pobreza não mudou nem com o terremoto, nem depois dele, uma vez que os minúsculos casebres daquela população mais pobre não foram destruídos, a realidade deles não mudou. Acredito que esses sejam os reais desafios do povo haitiano. Digo isso com grande respeito e com a esperança de que o Haiti possa deixar para trás a alcunha da pobreza. Por outro lado, este é um povo cheio de vida, de paixão, de alegria de viver e de dignidade.

Quanto à presença salesiana, graças aos esforços dos haitianos, e com a grande ajuda da Congregação, da Família Salesiana, das Procuradorias Missionárias Salesianas e de muitas outras organizações que têm ajudado - organizações oficiais ou nacionais de tantos países - tem sido possível realizar um grande trabalho visando a reconstrução.

Sinto orgulho ao lembrar como fomos sérios e competentes na tarefa de distribuir os fundos a seus destinos. Ainda há muito trabalho a ser feito e esperamos poder contar com a ajuda necessária, porque reconstruir completamente onze obras é uma missão quase titânica. Todavia, acredito que podemos encarar a realidade com otimismo e esperança. A chave para tudo ainda é a educação. Neste país, não se pode simplesmente pensar em vender para sobreviver nas ruas; sim, isso deve ser feito, mas a verdadeira chave continua a ser a educação; a formação e a qualificação profissional de muitos milhares de jovens. Sinto-me muito confiante e feliz com o que estamos fazendo nos papéis de missão salesiana e missão da Igreja.

Em Gressier, ao dirigir-se aos jovens, o senhor disse: "Queridos jovens, os jovens precisam de vocês, Dom Bosco precisa de vocês, Jesus precisa de vocês: sejam os protagonistas do novo Haiti." Como o senhor vê a situação dos jovens haitianos?

Vejo que os jovens haitianos têm grande potencial. Ainda ontem, enquanto observava centenas e centenas de jovens em nossa Casa de Formação, eu pensava: “aqui há um caminho, se oferecermos uma educação integral”, porque ele é muito importante formar a pessoa, e não apenas ajudá-la a exercer uma profissão. Ao mesmo tempo, acredito que os jovens tenham direito a novas oportunidades. Não é justo que, apenas porque nasceram em uma realidade de pobreza e em seguida foram punidos por um terremoto, o horizonte deles seja tão estreito que eles não possam olhar além. Portanto, insisto no direito destes jovens em relação a novas oportunidades. Insisto na oportunidade que é educar de maneira integral, em primeiro lugar para a humanidade, para a dignidade, e também como crentes, partindo da nossa condição de educadores para a fé.  Acho excelentes as formações profissional, técnica e a formação geral que oferecemos. Concluo afirmando que acredito nos jovens haitianos. Este é um país com tanto potencial, uma nação com uma parcela de jovens que, assim como acontece na África e em algumas partes da América Latina, é maravilhosa: não são nações velhas, são nações jovens, porém temos que sonhar e planejar a longo prazo e não considerar apenas o futuro imediato.

De 25 de março de 2014 a 25 de março de 2015: um ano como Reitor-Mor. Qual é o seu balanço para este ano?

Pessoalmente foi um grande ano, um ano de Graça do Senhor, um ano em que pude viver experiências muito bonitas, muito significativas, muito impactantes. Observar a Congregação, permitiu-me conhecê-la um pouco mais a fundo: visitando 15 países, recebendo relações, dedicando-me leituras, entrevistas e realizando centenas de encontros com pessoas que iluminaram meu ponto de vista. Devo dizer que temos uma Congregação Salesiana muito bonita, cheia de vida, pronta para dar o melhor de si para a Igreja, para o mundo e para os jovens do mundo. E eu acredito que podemos continuar a trabalhar no sentido de construir, deixando uma Congregação Salesiana muito fiel ao Senhor. Vamos trabalhar - e é isso que peço a toda a Congregação – no sentido de sermos sempre fiéis, de crescermos cada vez mais na fidelidade dos jovens e dos pobres, para chegarmos mais perto de quem precisa de nós, para sermos fiéis ao carisma que Dom Bosco viveu nos deixou e, em última instância, para sermos fiéis ao Senhor Jesus. Acredito que somos assim, mas a minha grande paixão é sermos ainda mais fiéis; temos cinco anos à frente para percorrer este caminho juntos. O desafio exite, mas existe também uma grande fé de que o Senhor nos ajudará ao longo deste percurso.

Ser Reitor-Mor nbo ano do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco. O que isso significou para o senhor?

É um presente de Deus. É um presente de Dom Bosco, absolutamente inesperado para mim. O recebo como um dom, com imensa gratidão e grande humildade, ciente de que representa uma grande responsabilidade. Peço, a cada dia, iluminação e ajuda do Espírito Santo para a minha missão e para todos aqueles que estão exercendo algum serviço na Congregação. Acima de tudo, quero enfatizar que este é um ano de graça, não apenas para mim, mas para toda a comunidade salesiana e para toda a nossa Família Salesiana no mundo. Um ano que não estamos vivendo com grandes festas ou amplas demonstrações de força; ao contrário, optamos por vivê-lo de forma mais autêntica, por meio da experiência profunda do nosso carisma e da nossa vocação, em uma grande fidelidade ao Senhor e a Dom Bosco, traduzida em qualquer sinal ou qualquer trabalho que nos aproxime dos jovens, especialmente dos mais pobres. Isto sim, representa o Ano do Bicentenário.

Publicado em 20/03/2015

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