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30/6/2014 - RMG – ESTREIA 2015 COMO DOM BOSCO, COM OS JOVENS, PARA OS JOVENS!
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ESTREIA 2015

COMO DOM BOSCO, COM OS JOVENS,

PARA OS JOVENS!

 

Tendo chegado ao mês de junho, ao final dos compromissos educativo-escolásticos em um dos hemisférios, é-me pedido que, como aconteceu anteriormente, apresente uma antecipação e um esboço daquela que será a Estreia de 2015, tema que naturalmente será desenvolvido e aprofundado numa carta circular ao final deste ano. Ofereço, de bom grado, esta antecipação, com o desejo de que possa servir a toda a Família Salesiana por aquilo que deseja ser: apenas uma antecipação ou indicação do que, ao seu tempo, será entregue às nossas irmãs, as Filhas de Maria Auxiliadora, como é tradição, e a toda a Família Salesiana.

O esquema deste esboço é o seguinte:

1.   Uma bela herança espiritual.

2.   A Estreia como Palavra de UNIDADE para toda a Família Salesiana.

3.   Como Dom Bosco: desde o seu coração pastoral e a sua opção educativa, envolvidos na Trama de Deus.

4.   Um carisma, o salesiano, ao serviço da comunhão evangelizadora.

5.   Com os jovens, para os jovens! Especialmente os mais pobres.

6.   No bicentenário do nascimento de Dom Bosco.

7.   Com Maria, a colaboradora mais insigne do Espírito Santo.

 

1. Uma bela herança espiritual

Qualifico como ‘bela experiência espiritual’ a nossa tradição familiar da Estreia, porque se trata de algo que foi sempre muito caro a Dom Bosco. As primeiras mensagens – à maneira de estreia – recolhidas em nossa tradição remontam à década de 1850. Lemos nas Memórias Biográficas[1]que um expediente usado por Dom Bosco era aquele de escrever, de vez em quando, um bilhetinho fazendo-o chegar a quem desejava dar um conselho. Alguns deles foram conservados e são mensagens muito pessoais que convidam a uma boa ação ou a remediar alguma coisa que não vai bem. Além disso, porém, desde os primeiros anos do Oratório, Dom Bosco começara a entregar, no final do ano, uma estreia a todos os seus jovens em geral e outra a cada um em particular. A primeira, geral, costumava ser a indicação de alguns modos de proceder e alguns aspectos a ter presentes para a o bom andamento do ano que estava para começar. E em quase todos os anos, Dom Bosco continuou a oferecer essas estreias.

A última estreia chega, por sua vez, numa circunstância muito especial, a última ocasião para Dom Bosco e seus filhos. Encontramo-la também nas Memórias Biográficas.[2]Dom Bosco, sentindo que estava para chegar o momento final, mandou chamar o Padre Rua e Dom Cagliero e, com as poucas forças que lhe restavam, deu a eles e a todos os salesianos as últimas recomendações. Abençoou as casas da América e muitos dos irmãos que nelas residiam, abençoou todos os cooperadores italianos e suas famílias e, enfim, pediu-lhes que prometessem amar-se como irmãos... e recomendassem a comunhão frequente e a devoção a Maria Santíssima Auxiliadora.

Recolhendo estas palavras de Dom Bosco, Padre Rua em sua terceira circular descreve aquele momento e aquelas palavras, e acrescenta que “poderia servir como Estreia do novo ano a ser enviada a todas as casas salesianas. Desejava que fosse por toda a vida e deu a sua aprovação para que servisse realmente como estreia para o novo ano”.[3]

 

2. A ESTREIA COMO PALAVRA DE UNIDDE PARA TODA A FAMÍLIA SALESIANA

Nossa Família Salesiana distingue-se pelo fato de ser, em primeiro lugar, uma família carismática [4] na qual o Primado de Deus-Comunhão é o coração da mística salesiana.

Nesta comunhão, reconhecemos a diversidade e, ao mesmo tempo, a unidade que tem sua fonte na consagração batismal, na partilha do Espírito de Dom Bosco e na participação na missão salesiana ao serviço dos jovens, especialmente dos mais pobres.[5]

Por isso, em cada Estreia, sublinhamos este aspecto da comunhão que é prioritário em nossa Família. À medida que uma mesma estreia pode ajudar as programações pastorais dos diversos ramos e grupos, é bem-vinda, mas a sua finalidade não é esta, o escopo não é chegar a ser um programa de pastoral por ano, mas uma mensagem criadora de unidade e comunhão para toda a Família Salesiana, num objetivo comum.

 

3. COMO DOM BOSCO: COM O SEU CORAÇÃO PASTORAL E A SUA AÇÃO EDUCATIVA, ENVOLVIDOS NA TRAMA DE DEUS.

O coração de Jesus, Bom Pastor, distingue toda a nossa ação pastoral e constitui uma referência essencial para nós. Ao mesmo tempo, encontramos a concretude, ‘ao modo salesiano’, em Dom Bosco, plasmado no singular espírito de Valdocco, ou no semelhante de Mornese, ou naquele que é mais típico a cada grupo da nossa Família Salesiana. Sabemos, porém, que o ponto de confluência primeiro e para todos é o carisma de Dom Bosco suscitado pelo Espírito Santo, para o bem da Igreja. É aquele que chamamos de carisma salesiano, que abraça e acolhe a todos e todas.

Em Bosco, a expressão feliz (que foi o seu programa de vida), “Basta que sejais jovens para que vos ame bastante”, “é a palavra e, antes ainda, a opção educativa fundamental do Santo”.[6]Bem sabemos que para os seus meninos e jovens Dom Bosco “realiza uma impressionante atividade com as palavras, os escritos, as instituições, as viagens, os encontros com personalidades civis e religiosas; para eles, sobretudo, manifesta uma atenção cheia de desvelos, orientada para as pessoas, para que no seu amor de pai os jovens possam colher o sinal de um amor mais alto”.[7]

“Segundo os mesmos critérios e com o mesmo espírito, ele procura encontrar solução também para os problemas a juventude feminina. O Senhor suscita ao lado dele uma cofundadora: Santa Maria Domingas Mazzarello, com um grupo de jovens colegas já dedicadas, a nível paroquial, à formação cristã das jovens. A sua atitude pedagógica suscita outros colaboradores – homens e mulheres – ‘consagrados’ com votos estáveis, ‘cooperadores’, associados na partilha dos ideais pedagógicos e apostólicos”.[8]Acrescente-se a isso tudo o fato de ser o promotor de uma especial devoção a Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja, e à sua preocupação e afeto constante pelos próprios ex-alunos.

E, no centro de toda essa ação e da sua visão está, como verdadeiro motor da sua força pessoal, a ‘caridade pastoral’. Caridade pastoral que, para Dom Bosco, justamente por se sentir envolvido na Trama de Deus, significava amar o jovem, qualquer que fosse o seu estado ou situação, para levá-lo à plenitude do ser humano que se manifestou no Senhor Jesus e que toma concretude na possibilidade de viver como honesto cidadão e como filho de Deus.

Esta é a chave do nosso ser, viver e atuar o carisma salesiano. Se chegarmos a sentir visceralmente, no mais profundo de cada um/a de nós esse mesmo fogo, essa paixão educativa que levava Dom Bosco a encontrar-se face a face com todo jovem, acreditando nele, acreditando que em cada um deles há sempre uma semente de bondade e do Reino, para ajudá-los a dar o melhor de si mesmos e aproximá-los do encontro com o Senhor Jesus, estaremos certamente concretizando em nossa vida o melhor do carisma salesiano, segundo as nossas modalidades e possibilidades.

 

4. UM CARISMA, o salesiano, “AO SERVIÇO DA COMUNHÃO EVANGELIZADORA” (EG, n. 130)

Já disse muitas vezes, tanto em momentos familiares como em outros mais públicos, que o carisma salesiano não é propriedade nossa, nem dos salesianos e nem mesmo de toda a Família Salesiana.

Esta convicção profunda e de tanta clareza é expressa pelo Papa Francisco na ‘Evangelii Gaudium’, quando diz que o Espírito Santo enriquece toda a Igreja na sua missão evangelizadora com diversos carismas que “são dons para renovar e edificar a Igreja. Não se trata de um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o guarde; mas são presentes do Espírito integrados no corpo eclesial... e quanto mais um carisma dirigir o seu olhar para o coração do Evangelho, tanto mais eclesial será o seu exercício. É na comunhão, mesmo que seja fadigosa, que um carisma se revela autêntica e misteriosamente fecundo”.[9]

Creio, realmente, que o carisma salesiano é sem dúvida um daqueles dons com que o Espírito Santo enriqueceu a Igreja para que, depositando decididamente o olhar na essência do Evangelho, e no interior da comunhão eclesial por primeiro, e depois no interior da comunhão da Família Salesiana, possa ser um precioso presente para os jovens.

 

5.COM OS JOVENS, PARA OS JOVENS... especialmente os mais pobres!

5.1. Dizemos COM OS JOVENS, irmãos e irmãs da nossa Família Salesiana, porque o ponto de partida do nosso fazer carne e sangue (ENCARNAR) o carisma salesiano é o do ESTAR COM OS JOVENS, estar com eles e entre eles, encontrá-los na nossa vida cotidiana, conhecer o seu mundo e amá-lo, estimulando-os a serem protagonistas da própria vida, despertar o seu sentido de Deus, animá-los a viverem com metas elevadas, a viverem a vida como o Senhor Jesus a viveu.

5.2. E dizemos COM OS JOVENS, caros irmãos e irmãs da nossa Família Salesiana, porque se aquilo que preenche os nossos corações acolhendo o chamado vocacional do Senhor Jesus é a predileção pastoral pelos/as jovens, isso se manifesta em nós, como em Dom Bosco, como verdadeira e própria ‘paixão’ na busca do seu bem, empenhando nela todas as nossas energias, todas as nossas forças.

5.3. PELOS JOVENS... ESPECIALMENTE OS MAIS POBRES.

Permiti-me dizer em várias ocasiões que quando o Papa Francisco fala de ir às periferias, dirigindo-se a toda a Igreja, nós somos interpelados de modo muito vivo e direto, porque ele nos está a pedir para estarmos nas periferias, distantes de quase tudo, excluídos, quase sem oportunidades.

Ao mesmo tempo, quero dizer que estas periferias são para nós algo de tipicamente nosso como Família Salesiana, porque a periferia é algo de constitutivo do nosso DNA salesiano. O que foi o Valdocco de Dom Bosco se não uma periferia da grande cidade? O que foi Mornese se não uma periferia rural? É preciso que o nosso exame de consciência pessoal e como Família Salesiana se confronte com este intenso apelo eclesial, que faz parte, por sua vez, da essência do Evangelho. É necessário examinar-nos sobre o nosso viver com os jovens e por eles, especialmente pelos últimos..., mas não é preciso procurar para onde orientar-nos, a nossa‘estrela polar na navegação’, porque nos últimos, nos mais pobres, naqueles que mais precisam de nós, está o elemento mais característico do nosso DNA como carisma salesiano.

5.4.PORQUE OS JOVENS, ESPECIALMENTE OS MAIS POBRES, SÃO UM DOM PARA NÓS.

Foi o Reitor-Mor, P. Juan Edmundo Vecchi, quem escreveu que “Os jovens pobres foram, e o são ainda, um dom para os salesianos”.[10] E não podemos pensar, certamente, que o Padre Vecchi está defendendo a pobreza, pois se estamos com eles e no meio deles, são eles e elas os primeiros que nos fazem bem, que nos evangelizam e nos ajudam a viver verdadeiramente o Evangelho naquilo que é o mais típico do carisma salesiano.

Ouso dizer, como já me expressei em outra ocasião, que são os jovens/as jovens, e especialmente os mais pobres e carentes, aqueles que nos salvarão ajudando-nos a sair da nossa rotina, das nossas inércias e dos nossos temores, às vezes mais preocupados em conservar as nossas seguranças do que em abrir o coração, o ouvido e a mente para aquilo que o Espírito nos pode pedir.

 

6. NO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO

Num acontecimento, como é o Bicentenário do nascimento de Dom Bosco, que nos lança a todos num caminho de fidelidade ao mesmo chamado que ele sentiu, ouviu e traduziu em vida. Num ano em que a festa pelodom que é Dom Bosco para a Igreja e para a sua Família não nos deixará fechados em nós mesmos, autorreferenciais e autocomplacentes, mas nos lançará, com maior força se possível, para a missão.

Trata-se de um ano de festa que somos convidados a viver e expressar como verdadeira celebração de Família.

 

7. COM MARIA, A MAIS INSIGNE COLABORADORA DO ESPÍRITO SANTO

Concluo tomando atentamente em consideração a palavra do Papa – hoje Santo – João Paulo II, na conclusão da Carta citada, ‘Juvenum Patris’ em que nos convida a ter sempre diante de nós Maria Santíssima, ‘como a mais elevada colaboradora do Espírito Santo’.

O Papa convidava-nos a olhar para Maria e escutá-la quando diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, evocando o trecho das bodas de Caná (Jo 2,5).

Em um belo fragmento final o Papa diz, dirigindo-se aos SDB daquele momento, mas num contexto que é muito oportuno para toda a nossa Família Salesiana hoje: “A Ela vos confio e, juntamente convosco, confio todo o mundo dos jovens, a fim de que eles, por ela atraídos, animados e guiados, possam conseguir, com a mediação da vossa obra educativa, a estatura de homens novos para um mundo novo: o mundo de Cristo, Mestre e Senhor”.[11]

A força deste desejo e destas palavras que o Papa de então nos dedica é tal que acredito não ser preciso acrescentar outra coisa senão um ‘Amém’, assim seja, contando com a Graça que nos vem do Senhor, a intercessão de Maria Auxiliadora e o coração de Bom Pastor de todos os membros da nossa Família Salesiana.

O Senhor faça chegar sobre nós a sua bênção.

Roma, 18 de junho de 2014.

 

P. Ángel Fernández Artime

Reitor-Mor

 


[1]     MB III, pág. 616-617

[2]     MB XVIII 502-503

[3]     Ibidem

[4]     Cf. Carta de Identidade da Família Salesiana, art. 5

[5]     Cf. Carta de Identidade da Família Salesiana, art. 4

[6]     Carta do Sumo Pontífice João Paulo II no centenário da norte de São João Bosco, n. 4.

[7]     Carta do Sumo Pontífice, n. 4.

[8]     Cf. Carta del Sumo Pontífice, n.4.

[9]     EG, 130

[10]   ACG 359, p. 25

[11]   Carta do Sumo Pontífice, n. 20.

 

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