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2/6/2014 - Israel – Três objetivos e um clima. Um balanço da viagem do Papa Francisco à Terra Santa
Imagen Service-ISRAEL – TRÊS OBJETIVOS E UM CLIMA. UM BALANÇO DA VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À TERRA SANTA

(ANS – Jerusalém) – O P. Gianni Caputa SDB, membro da Comissão Vaticana para os mass-media ativada para a viagem do Papa à Terra Santa (24-26 de maio – Jordânia, Palestina, Israel), faz-nos um relatório acerca dos gestos e das perspectivas dessa visita.

«Desde o primeiro anúncio da sua viagem à Terra Santa, o Papa Francisco havia-lhe indicado a motivação e as finalidades. Devia servir para manifestar a sua proximidade às populações dessa região e dar novo impulso ao percurso da unidade cristã, ao diálogo inter-religioso e à busca da paz. Desde o início tinha também pedido a todos sustentá-la com a oração.

Os três dias da sua visita foram de tal forma ricos de eventos e suscitaram tais e tantas ressonâncias que se torna realmente difícil resumi-los adequadamente, mesmo por aqueles que o acompanharam ao vivo “no-stop” desde a sala de imprensa. Forçoso é pois limitar-se a traçar um balanço provisório.

1. Aunidade entre todas as Igrejas Cristãs:“Ut unum sint”.  O Papa Francisco desejou recordar antes de tudo a Religiosos e Clero (reunidos na Basílica do Getsêmani) e aos Bispos Católicos (Concelebrantes no Cenáculo) que é necessário crescer na atitude de fundo: o amor fraterno entre nós e para com todos os membros das Igrejas “Irmãs”. Os momentos culminantes e os gestos mais significativos foram: a declaração comum, firmada na mesma Sala da Delegação Apostólica onde, há 50 anos, se deu o abraço entre Atenágoras e Paulo VI. Os que estavam presentes foram testemunhas de um clima cordialissimo, de uma profunda amizade entre Francisco e Bartolomeu, de modo que o encontro prolongou-se por mais uma hora além do previsto. Seguiu-se a oração comum na Basílica do “Santo Sepulcro/Anastasis”, com a participação de Armênios, Siríacos, Coptos, Etiópicos, Luteranos, Anglicanos. Nesse lugar, era desde 1054 que não se ouvia a reza em comum do “Pai Nosso” (antes em italiano por Bartolomeu e Francisco; depois nas próprias línguas por todos os presentes). Em seus “discursos”, os dois máximos representantes da Catolicidade e da Ortodoxia insistiram - solenemente - no empenho por fazer todo o possível para superar os obstáculos que ainda impedem de encontrar-se juntos, em torno da mesma Mesa Eucarística. Muito significativa a passagem em que Francisco, retomando à letra as palavras de João Paulo II, pede a todos ajudá-lo a “buscar, juntos, as formas mais adaptadas de exercer o ministério do Bispo de Roma”.

2. O diálogo inter-religioso com Judeus e Muçulmanos. A dimensão foi sublinhada, quer pelo rei Abdallah, da Jordânia, quer pelo Papa, quando lembrou as iniciativas conjuntas em nível bilateral e mundial (como “a semana anual da harmonia inter-religiosa” promovida pela ONU). Momentos fortes foram a visita do Papa à “Cúpula da Rocha”, seguida pelo encontro com o Grão- Mufti. Depois, respectivamente, a visita aos dois Grão-Rabinos de Israel, no “Palácio de Salomão”, onde se deteve com as delegações vaticana e israelense, que estão levando adiante o diálogo bilateral em nível religioso. Gracejando, o Papa Francisco observou que esse diálogo chegou à idade do “bar-mitzvà” e fez votos para que prossiga pelo rumo da plena maturidade – evidente a dimensão simbólica da inteira viagem, na qual o Papa Francisco desejou ser acompanhado por um xeique e um rabino, seus “velhos amigos” argentinos. O ícone mais representativo é aquele em que os três se unem num mesmo abraço afetuoso, perante o “Muro Ocidental” (ou ‘Muro das Lamentações’), para significar que Jerusalém pode e deve ser lugar de encontro entre as três grandes Religiões; e não lugar de divisão.

3. O caminho para uma paz justa e duradoura. Com frequência repetida a afirmação da urgente necessidade de estabelecer uma paz justa e duradoura na região (com explícita referência à Síria) e na Terra Santa, prosseguindo pelo rumo da constituição de “dois Estados para os dois Povos, Judeu e Palestino” (fórmula usada também por Shimon Perez). Nesse sentido o Papa Francisco exortou os responsáveis políticos a ousar mais, com coragem e imaginação, e ao mesmo tempo a abster-se de ações unilaterais que poderiam gretar a confiança mútua e criar novos obstáculos. Denunciou outrossim claramente o terrorismo, a violência e o comércio de armas. A este respeito levantou firme a voz, primeiro diante dos refugiados iraquianos e sírios na Igreja do Jordão, depois na homilia da Missa, em Belém. Ações significativas foram as duas paradas (não programadas no roteiro inicial): uma na frente do muro de separação em Belém e outra na frente do muro das vítimas do terrorismo no Monte Herzel. Em ambos os casos o Papa Francisco pareceu mui pensativo e contristado; os seus sentimentos eram a compaixão por todas as vítimas, e a oração para que num mundo reconciliado não mais se volte a criar muros desse tipo. Foi enfim muito importante o fato que, em todas as circunstâncias, o Papa Francisco tenha sublinhado como a pequena minoria cristã seja, de direito, parte integrante do tecido civil, nacional e religioso dos três Países: minoria jordaniana, palestina, israelense. Assaz consciente das dificuldades que devem enfrentar, o Papa encorajou os Cristãos a fortalecerem a participação ativa no diálogo inter-religioso e na construção de um futuro melhor.

4. A  força da oração, animada pela fé e aberta à esperança.Toda a visita do Papa Francisco à Terra Santa esteve envolta numa atmosfera de oração por ele desejada e criada: a oração precedeu a viagem, marcou as etapas, foi a última recomendação antes de subir a bordo do avião. Mas, e esta foi uma grande surpresa para todos, a oração continuará com os presidentes Perez e Abbas, que aceitaram o convite de Francisco a rezar juntos “em sua casa”. Também esta é uma “estreia mundial”. Se quisermos, já houve um precedente quando o Papa Francisco conseguiu unir em oração todas as pessoas de boa vontade para que fosse esconjurado o ataque militar à Síria, que parecia inevitável. O Papa Francisco é realmente impelido pela “certeza da fé”: ali onde os sós esforços humanos não bastam, a oração dirigida a Deus, Pai de todos, pode abrir novas brechas e fazer desabar os muros, antes de tudo nas almas e, por isso, também nos relacionamentos ecumênicos, inter-religiosos e diplomáticos. Este é também o desafio que nos espera a todos nós, se quisermos que esta viagem não se reduza a um simples fato de crônica, mas ao contrário se torne um evento capaz de marcar perenemente a história.»

Publicado em 02/06/2014

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