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(ANS – Rio de Janeiro) – A agenda da JMJ, de ontem, 27 de julho, foi intensa. A palavra do Papa foi o seu centro. Demonstram-no, de modo particular, os dois discursos, feitos aos Bispos do Brasil e aos Jovens reunidos em Copacabana para a Vigília de Oração. Dois discursos que contêm linhas guias para pastores, jovens, educadores-evangelizadores.
O convite ao diálogo voltou em duas circunstâncias. Na homilia aos Bispos, Sacerdotes, Religiosos, Seminaristas, presentes à JMJ, O Pontífice, depois de deter-se a falar do chamado de Deus e do chamado a anunciar o Evangelho, apontou qual terceiro aspecto da vocação específica, a cultura do encontro: “Gostaria de quase obsedar-vos a este respeito. E fazê-lo sem ser presunçosos (querendo impor as nossas verdades), mas sim guiados pela humilde e feliz certeza de quem foi achado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo e não pode não anunciá-La”.
E aos dirigentes reunidos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, recordando antes, com um olhar ao passado, a importância da tradição cultural e, depois, um olhar ao futuro, por uma responsabilidade solidária, disse: “Julgo fundamental, para enfrentar o presente, o diálogo construtivo. Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há sempre uma opção possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo entre o povo – porque todos somos povo –, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade”.
Mais intenso e programático foi o discurso aos Bispos Brasileiros, reflexões e linhas de trabalho para a Igreja de uma Nação que conta com perto de 200 milhões de habitantes, mas que são válidas para todos os outros países e realidades pastorais. Partindo do relato dos três pescadores, que está na origem da devoção a Nossa Senhora Aparecida, o Papa tirou algumas conclusões: Caríssimos Irmãos, o resultado do trabalho pastoral não se apoia na riqueza dos recursos, mas sobre a criatividade do amor. Servem certamente a tencidade, o esforço, o trabalho, a programação, a organização. Mas antes de tudo é preciso saber que a força da Igreja não habita em si mesma: esconde-se, antes, nas águas profundas de Deus, nas quais ela é chamada a lançar as redes”. E recordando que a Igreja não pode afastar-se da simplicidade, acrescentou: “Aparecida surgiu num lugar de cruzamento. […] Deus aparece nas encruzilhadas”.
Expondo em retrospectiva a história da Igreja no Brasil, e recordando – como afirma o documento final da V Assembleia Geral do CELAM – que não estamos apenas ‘numa época de mudança, mas sim numa mudança de época’, pediu uma Igreja que não tenha medo de sair para a sua noite. Cinco são os desafios que a Igreja no Brasil é chamada a vencer: a formação dos Bispos, Sacerdotes, Religiosos, Leigos; a colegialidade e solidariedade da Conferência dos Bispos; um estado permanente de missão e conversão pastoral; a tarefa da Igreja na Sociedade; a Amazônia, considerada como o banco de prova para a Igreja e a Sociedade brasileiras.
Não menos importante foi o discurso aos jovensdurante a Vigília de Oração. Uma das praias mais conhecidas e mundanas do mundo, transformou-se ontem de noite numa grande catedral de pedras vivas.
As cifras divulgadas pela mídia brasileira falam de 3 milhões. Muitos de fato parecem ter sido os jovens, e não só, que chegaram ao Rio só para os atos finais da JMJ.
Os jovens seguiram com viva participação a Vigília de oração, que teve como tema São Francisco de Assis e o chamado recebido de Deus: “Vai e refaz a minha Casa”. Uma vigília que propôs testemunhos, coreografias, cantos; e, depois das palavras do Papa, um momento de Adoração Eucarística.
O discurso do Papa, não destituído de metáforas juvenis, de exortações calorosamente paternas, foi um intenso convite a serem discípulos e missionários. “Também hoje Deus continua a precisar de jovens para a sua Igreja – disse o Papa, que, relendo a repentina mudança de local da vigília, acrescentou –: Não é verdade que o Senhor quis dizer-nos que o verdadeiro campo da fé, o verdadeiro ‘campus fidei’, não é um lugar geográfico, mas que somos nós?... Sim, é isto mesmo: é cada um de nós, cada um de vós, eu, todos! E ser discípulos missionários significa saber que somos ‘o campo da fé’ de Deus”. Para tornar compreensível a metáfora do campo da fé, passou em seguida a fazer três explicitações:
Publicado em 28/07/2013