(ANS – Roma) – Trabalhou em várias obras da Inspetoria salesiana da Espanha-Barcelona, como Coordenador de Pastoral, foi responsável pela Formação profissional  e em outros encargos. O P. Manel Morancho Peris, engenheiro eletroeletrônico, tem quase 62 anos. E conta com a sua experiência de formador, de voluntário. Agora é membro da 143ª Expedição Missionária Salesiana e irá para Cuba.

Como chegou à 143ª Expedição?
Temos na Inspetoria uma ongue chamada VOLS (Voluntariado Solidário). Todos os anos manda jovens às missões, sobretudo à América e à África. Tive a oportunidade, em 2006, de fazer um mês e meio de voluntariado na Bolívia. Em 2011 estive no Equador, com meninos de rua. Nasceu-me também o desejo de ir às missões e por isso fiz o pedido aos Superiores. Eles não queriam deixar-me sair, porque há muito que fazer na Inspetoria. Alguém me disse que precisava escrever diretamente ao Reitor-Mor. Escrevi. Depois de uma hora chegou a resposta. Mas meu pedido passara ao Conselheiro para as Missões. Ele também me respondeu logo. Daí para a frente foi tudo muito fácil. Chamaram-me. Perguntaram aonde queria ir. E para não ter dificuldades com língua, pedi uma nação latina. Ofereceram-me Cuba: aceitei imediatamente.

Quais são as diferenças e as semelhanças entre os jovens dos institutos-centros profissionais e os jovens das experiências missionárias?
Os jovens que conheci nas experiências missionárias são gente que precisa em coisas específicas: do ponto de vista econômico, antes de tudo. E são rapazes em que se sente a receptividade, de modo especial. Nas famílias espanholas não falta nada: eles “têm tudo”, mas depois são deficientes em outras coisas. Quando estive com os pequenos da Bolívia e do Equador, vi que a alguns faltava família – os meninos de rua –. Ou então não tinham recursos econômicos. Podemos descobrir que há uma diversidades de valores entre eles. Foi o que mais me ficou da experiência missionária: as crianças são simples. Acolhedoras. Dão valor à simples companhia, ao estar com eles. E tudo isso nos faz crescer vocacionalmente.

Por que ser missionário "ad gentes”?
É uma vocação. Sinto o chamado de Deus para trabalhar alhures. Talvez ali não seja tão... confortável. Certamente há mais dificuldades. Mas tudo isso ajudará a superar-me. Seja como for, queria isso fazia muito tempo. É para mim uma experiência definitiva. Definitiva e enriquecedora. Talvez porque em nosso país (na Espanha) sejamos um pouco acomodados; e este sair para fora, de qualquer forma, faz-nos reagir perante a realidade. Sei que a experiência que vou viver me enriquecerá. E muito. E vejo que a devo fazer.

Que expectativas alimenta quanto à experiência missionária que viverá em Cuba?
Vou ali para santificar-me com todas as pessoas que encontrar. Tudo quanto ali vir, disser, experimentar com as pessoas em Cuba, imagino-o como as melhores expectativas. E que será um bom trabalho. Sei que vou para um lugar em que há jovens, animadores, grupos, dinamismo... E com isso espero dar-me muito bem.

Que gostaria de dizer aos salesianos em formação?
Aos Salesianos e aos Jovens quero dizer que para fazer uma experiência de missão, comecei com o voluntariado: ali aprendi muitíssimo, através do contato com todos aqueles com quem me encontrei. E desde que fiz o voluntariado, existe na minha vida um antes e um depois. Sei que nem todos têm vocação missionária. Muitos não sentem esse chamado. Mas eu lhes digo – com o coração – que é uma experiência que enriquece. Enriquece como pessoa, não só do ponto de vista religioso. É um ‘lugar’ aonde se pensa ir para doar quanto se tem... Mas que na verdade indo ali obtém-se quanto nos falta! É isto que a torna uma experiência enriquecedora.

Publicado em 24/09/2012