Chile – Região América Cone Sul: Visita de Conjunto |
Tailândia – Visita de Conjunto à Região Ásia Leste-Oceânia |
O P. Pascual Chávez, falando aos Inspetores e aos membros dos Conselhos, iniciou a sua exposição citando o artigo 3 das Constituições salesianas no qual se descrevem os traços característicos da identidade e da missão salesiana a serem considerados principalmente para o renovamento das Inspetorias e das comunidades locais. Passo necessário, indicou o IX Sucessor de Dom Bosco, é a compreensão das mudanças que em nível mundial caracterizam também a vida religiosa e salesiana e que colocam novos desafios culturais, religiosos, institucionais e pessoais.
A pós-modernidade, a inculturação, a interculturalidade, a secularização e o secularismo são os principais desafios culturais. A pós-modernidade, com os seus aspectos positivos e negativos, refere-se também a essa região. O Reitor-Mor pediu um equilíbrio entre a inculturação e a interculturalidade, porque a fé se torna percebida através dos olhos da própria cultura. A secularização, fenômeno que de per si não é nem negativo nem positivo, com frequência degenera em secularismo. Esse risco, recordou o Reitor-Mor, pode envolver mais aos mesmos salesianos que aos próprios muitos povos profundamente religiosos da região.
Num contexto multi-religioso os desafios a serem vencidos são a evangelização, chamada a encontrar novas modalidades de comunicação; o pluralismo, que pode ceder ao relativismo; e o diálogo inter-religioso. Há necessidade de “ministério de conciliação inteligente; somos chamados a dar razão da nossa fé nos lugares públicos”.
O P. Chávez, referindo-se ao nível institucional, exortou a um maior cuidado na formação inicial, a fim de que se evite a fragmentação e se favoreça a assimilação das linhas guias da missão salesiana. Intenso deve ser o empenho na animação e no governo das Inspetorias e das comunidades locais a fim de que se superem as possíveis resistências à mudança.
Em nível pessoal os vários desafios – como o individualismo, a pobreza, a relação afetiva e a paixão pelos jovens – devem ser vencidos reforçando e aprofundando a própria identidade de consagrados e de salesianos. Devem por isso ser cultivadas – na formação inicial e permanente - as relações interpessoais, a dimensão intelectual, a vida espiritual, a ação pastoral.
Apesar das dificuldades que os citados desafios podem colocar à ação salesiana, assiste-se na Região Ásia Leste-Oceânia a uma “primavera” da Igreja. Nos últimos 15 anos quadruplicou o número dos sacerdotes; os religiosos aumentaram 40%; as religiosas 30%; e são centenas as vocações missionárias «ad gentes».
No contexto da região o lema salesiano “Da Mihi Animas” deve ser declinado de três maneiras: através da mística, porque na geral religiosidade da área é essencial garantir uma forte experiência pessoal de Deus; através da profecia das comunidades religiosas, chamadas a viver o Evangelho como um modelo alternativo; e através do serviço, o qual, à imitação de Jesus, deve ser pelo bem dos jovens pobres e dos marginalizados.
Entre as indicações endereçadas a algumas áreas, está o conhecimento acurado de Dom Bosco; o saber reconhecer na evangelização e na promoção vocacional as “sementes do Reino” no Budismo, Confucionismo, Taoísmo, Islamismo; a pobreza como doação total de si mesmos; e a atenção à Natureza e ao uso sustentável dos recursos da terra.
Quanto à disciplina religiosa, relevando a fidelidade dos salesianos dessa região, sugeriu, para enfrentar os casos de irregularidade: constituir comunidades numericamente mais consistentes; nomear diretores salesianos que saibam animar e governar; zelar pela formação permanente e pelo acompanhamento espiritual.
Publicado em 14/03/2011