(ANS – Bangui) – “A situação está mesmo muito feia. A violência aumentou e todas as noites se ouvem tiros, e explosões de granadas – refere um dos missionários salesianos que trabalham no bairro Damala, de Bangui –. Além disso, algumas paróquias e lugares em que se acolhem refugiados foram atacados pelas milícias Séléka”.
Também relevam os salesianos no lugar que, nas últimas semanas, aumentaram as mortes e as violências pelas ruas da capital, especialmente na região mais próxima ao bairro PK5. Isto provocou a fuga, das próprias casas, de centenas de pessoas e o aumento dos refugiados.
Nas presenças salesianas em Bangui, em Damala e em Galabadja, se ‘alojam’ mais de 10.000 pessoas em busca de um local em que possam viver. Mas “o grande problema que estamos agora a carregar é a falta de comida suficiente para matar a fome de toda essa gente – dizem os religiosos –. Ninguém está seguro. Há poucos dias um dos nossos missionários teve de fugir correndo devido a um fogo cruzado. Mais: um grupo de jovens, entre os quais havia também um aluno do nosso centro profissional, foi sequestrado. Felizmente logo depois todos foram liberados”.
Apesar dessa situação, o Papa Francisco confirmou a sua decisão de visitar a capital da República Centro-Africana e exatamente hoje, 25 de novembro, iniciou a sua Viagem Apostólica à África, a começar pelo Quênia: “Estamos certos de que a sua visita nos trará um pouco de paz” – afirmam os Salesianos.
Do mesmo modo, o Reitor da Catedral de Bangui, Dom Mathieu Bondobo, definiu como um “momento de graça para todo o povo da Centro-Africana, a decisão do Papa de abrir a primeira Porta Santa do Jubileu, em Bangui, no dia 29 de novembro, durante a sua visita pastoral ao País.
“Pela Porta Santa, Deus nos vem ao encontro e nos abre a porta, nos aponta o caminho que nos leva a Deus e este caminho passa através do perdão e da Misericórdia – comentou o Reitor aos microfones da Rádio Vaticana, exprimindo júbilo pelo “gesto excepcional” do Sumo Pontífice.
Em força do seu amor pelas “periferias”, o Santo Padre escolheu a ‘Centro-Africana’, um País que está a viver um momento difícil da sua história” – sublinhou Dom Bondobo. A intenção do Papa, continuou, é portanto a de ajudar o Povo centro-africano a “sair desta situação terrível que está vivendo, para conviver na paz e ir ao encontro de Cristo Senhor”.
Publicado em 25/11/2015