(ANS – Damasco) – “A minha libertação foi um verdadeiro milagre”. Assim escreve o P. Jacques Mourad numa comovente carta que o religioso – sequestrado na Síria no dia 21 de maio e depois libertado no dia 10 de outubro, passado – quis mandar ao responsável pela “Ajuda à Igreja que Sofre” (ACS, em italiano), para o Oriente Médio, P. Andrzej Halemba. Apesar da alegria pela libertação, o P. Mourad não esconde uma grande preocupação pela sorte dos cristãos no Oriente e lança um apelo à UE.

O P. Mourad agradece expressamente à ACS e aos seus benfeitores. A Fundação Pontifícia colabora por diversos anos com o religioso; e nos meses do seu cativeiro convidara por mais de uma vez os próprios benfeitores de todo o mundo a rezarem por sua libertação, também através de um dia internacional de oração, promovida no dia 21 de junho.

“Se estou aqui, se Deus quis fazer esse milagre – escreve o P. Mourad – foi também graças às vossas orações, dos vossos benfeitores e da Igreja Universal. Foi também por vossa ajuda que temos podido desenvolver a nossa obra humanitária em Qaryatayn, em Mehine e em Hawarine” – reafirma o religioso recordando os numerosos projetos mantidos no correr dos anos pela ACS, quais a ajuda às famílias refugiadas, aos doentes e aos deficientes; a reconstrução de casas destruídas; e numerosas bolsas de estudo.

Apesar da alegria por sua libertação, o P. Mourad não esconde uma grande preocupação pela sorte dos cristãos do Oriente: “A situação de tal forma se vai agravando que é-me muito difícil entrever alguma solução”. O religioso lança particular acento sobre a altíssima porcentagem de cristãos que abandonam o Oriente Médio, embora compreendendo as suas motivações: “Todos têm o direito de querer viver num lugar em que reine a paz e se possa assegurar um futuro melhor para os próprios filhos”.

Para tal fim o P. Mourad dirige, através da “Ajuda à Igreja que Sofre”, um apelo à União Europeia, “a fim de que o seu papel na Síria não se limite ao envio de ajudas humanitárias. A Europa deve absolutamente buscar uma solução política. Porque esta é a única via de garantir a salvação à nossa Gente e ao nosso País”.

Publicado em 5/11/2015