Reunidos na Aula Magna do Salesianum, os 232 salesianos provenientes de 129 nações ouviram ponderadamente o discurso de encerramento do Reitor-Mor, P. Pascual Chávez. Cinco os pontos por ele desenvolvidos.

Após revisitar brevemente a crônica do Capítulo, o Reitor-Mor apresentou alguns elementos para uma leitura profética de quanto foi vivido e, sobretudo, do documento final, que quanto antes será entregue a cada comunidade. “Acredito que o documento final seja realmente bom e construtivo,....  Cabe agora a cada Região e Inspetoria o trabalho de contextualizar as grandes linhas de ação, com as intervenções decorrentes, a fim de torná-las mais correspondentes às situações e aos desafios concretos”. O P. Chávez recordou que o CG26 foi celebrado, como dissera o Papa na audiência particular de 31 de março, “num período de grandes mudanças sociais, econômicas, políticas; de relevantes problemas éticos, culturais e ambientais; de ainda irresolutos conflitos entre etnias e nações”.

O Reitor-Mor apresentou ao depois algumas chaves de leitura do documento. A primeira é um convite aos salesianos a partir de Cristo e de Dom Bosco: “Precisamos de um encontro com o Senhor que venha falar-nos ao coração, que nos ajude a reencontrar as nossas melhores energias, aquelas que brotam do coração; que venha .... estimular-nos num caminho marcado pela fidelidade à aliança, ordenar a nossa vida pessoal, comunitária e institucional segundo os valores do Evangelho e segundo o carisma de Dom Bosco”.

A segunda, a “missionariedade”, é dada “pela paixão pela salvação dos outros, pela alegria de partilhar a experiência de plenitude de vida em Jesus”. Registrando que há na Congregação uma crescente sensibilidade e preocupação pelo mundo da marginalização e do desconforto juvenil, o Reitor-Mor indicou nas novas fronteiras a terceira chave de leitura do documento final: “Trata-se de fronteiras não só geográficas mas também econômicas, sociais, culturais e religiosas. Aqui devemos agir com o critério que guiou as opções de Dom Bosco, isto é, «dar mais a quem teve menos»”. Ponto de referência é, mais uma vez, Dom Bosco, que teve a capacidade de saber ler a realidade social, propondo, com fantasia pastoral, uma profunda ação transformadora.

Terceiro ponto do discurso foi a apresentação das “Linhas de ação” escolhidas pelos capitulares para cada um dos cinco núcleos temáticos e que indicam sinteticamente as principais prioridades que a Congregação pretende enfrentar no próximo sexênio. “Elas serão - disse o P. Chávez - a ‘mensagem concreta’ do CG26, que deverá ser estudado e traduzido, a nível pastoral, nos diversos contextos, individuando também critérios de verificação e elementos de avaliação”. Voltou também ao “Projeto Europa”, já no centro da atenção do capítulo: “Hoje, mais do que nunca nos damos conta de que a nossa presença na Europa deve ser repensada. O objetivo – disse recordando quanto já se dissera na audiência pontifícia – está “orientado a redesenhar a presença salesiana com maior incisividade e eficácia neste continente. Quer dizer, procurar uma nova proposta de evangelização para responder às necessidades espirituais e morais destes jovens, que se nos deparam uns como peregrinos sem guias nem meta”.

O quarto ponto foi dedicado a Dom Bosco. “Que faria Dom Bosco hoje? Não sabemos! Mas sabemos o que ele fez ontem e portanto podemos saber o que fazer para agir como ele hoje. Questão apenas de conhecer e imitar”. E recordando em retrospectiva o acontecimento pastoral de Dom Bosco sublinhou a sua identidade de “sacerdote-educador”: “Este o modelo que temos e somos chamados a reproduzir o mais fielmente possível!”

Concluindo, o P. Chávez fez referência àquele “voto de amor apostólico” feito por Dom Bosco após a doença que o acometeu no verão do 1846: “Meus queridos filhos, eu devo a minha vida a vós. Mas estai certos: de agora em diante eu a gastarei toda por vós”. O auspício do Reitor-Mor a cada salesiano é “que os jovens possam achar em cada um de nós (como os meninos e adolescentes do Oratório encontraram em Dom Bosco, em Valdocco) pessoas dispostas a caminhar com eles, a construir com eles uma presença educativa fascinante e significativa, capaz de proposta e de envolvimento, e tão propositiva a ponto de produzir uma mudança cultural”.

Caloroso e forte o aplauso de saudação no final do discurso do Reitor-Mor. A seguir, o P. Francesco Cereda, Regulador do Capítulo, declarou encerrado o CG26.

Antes da sua mensagem, o P. Chávez agradeceu a todos os que, tanto no interior quanto ao lado do Capítulo, trabalharam para que cada aspecto – logístico e espiritual - da sua vida, pudesse decorrer do melhor modo possível. Cada capitular recebeu de presente do Reitor-Mor uma estátua lígnea de Dom Bosco.

O discurso do Reitor-Mor pode ser encontrado na seção do CG26 em www.sdb.org

Publicado em 12/04/2008