(ANS – Cracóvia) – Por ocasião da sua viagem antes à Eslováquia, depois à Polônia, o bispo salesiano Dom Enrico dal Covolo, Reitor Magnífico da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, concedeu uma entrevista aos salesianos da Inspetoria salesiana da Polônia Sul. Reportamos a seguir algumas de suas reflexões sobre o tema do Projeto Europa (PE).

«Antes de tudo é preciso reconhecer que o problema é muito complexo. Vivemos num momento de crise dos valores da velha cultura europeia, isto é, da cultura que na realidade foi missionária no tempo passado relativamente ao mundo, mas que agora é uma cultura que se extraviou das suas profundas raízes, e que está a se manifestar cada vez com maior frequência antes como cultura de morte que como cultura de vida. E obviamente os primeiros, a pagarem por esta pseudocultura, são os jovens.

Estamos arriscando ter uma geração juvenil cancelada de qualquer atenção. Li ultimamente numa entrevista, uma pesquisa impressionante, de que se infere que na Espanha, p. ex., 52% dos jovens, entre 18-35 anos, não encontra qualquer motivo válido para viver: o que significa estarem expostos às piores tentações.

Dizemos, portanto, que antes de tudo é preciso conscientizar-se, lúcida e corajosamente, da gravíssima crise que nos circunda. É preciso refletir longamente sobre esta emergência educativa, estudar-lhe as causas, estudar-lhe a fenomenologia. Este porém é somente um primeiro passo. Há depois um segundo passo a dar: o que se refere à terapia da emergência educativa... A meu ver, a linha salesiana da terapia – mas também a linha da minha Universidade – não pode ser senão a da formação dos formadores.

A formação dos formadores é a resposta adequada, de uma Universidade, à emergência educativa, e o é também para uma Congregação como a nossa, entregue à missão juvenil. Dito isto, é preciso deduzir as consequências operativas, é preciso ver exatamente o que fazer. E é exatamente este o empenho do PE a que a Congregação nos chama, e que tão a peito está do nosso Reitor-Mor.

E não é para admirar, se por vezes parece que esse Projeto Europa está apenas ‘marcando passo’, que só avança lentamente: porque as receitas na realidade não existem. É preciso ter paciência, muita coragem, nunca deter-se, buscando avançar com decisão por esse caminho…».

Publicado em 04/06/2012