O Cardeal Ruini, em sua homilia, lembrou aos salesianos a necessidade que há na Europa de cristãos, sacerdotes, religiosos e, sobretudo, de evangelizadores em condição de infundir esperança. “Há necessidade de evangelizadores dos jovens e da cultura da Europa”, advertiu o Cardeal, uma esperança que deve nascer diretamente do mesmo continente, também com um relançamento da proposta vocacional.

No Salesianum os trabalhos foram abertos pelo P. Pier Fausto Frisoli, Conselheiro para a região Itália-Oriente Médio, que relembrou a todos como o encontro seja uma direta aplicação de uma das linhas de ação indicadas pelo Capítulo Geral 26. Sucessivamente o Reitor-Mor apresentou uma relação, fruto da contribuição do Conselho Geral e dos Inspetores, contribuição dividida em duas partes: a primeira com os resultados da pesquisa feita entre os Inspetores da Europa; a segunda com a proposta das linhas do “Projeto Europa”.

O profeta Elias foi o ícone bíblico que o P. Chávez indicou aos presentes para exprimir aquilo que a Europa salesiana é chamada a fazer sobretudo nestes dias em Roma.

O Reitor-Mor comunicou, sintetizando-as, as contribuições vindas dos Inspetores que, respondendo a cinco precisos quesitos, comunicaram as próprias reflexões, as tarefas, as prioridade estratégicas, as formas de colaboração e indicações sobre os responsáveis e sobre a coordenação do “Projeto Europa”. São muitíssimas as idéias, as sugestões, as perspectivas, para o relançamento do carisma salesiano no Velho Continente.

“Repensar a presença salesiana na Europa - disse o Reitor-Mor na segunda parte da sua exposição – pressupõe antes de tudo uma sincera e profunda conversão pessoal dos irmãos, a qual deverá vir acompanhada de uma não menos corajosa e articulada transformação da presença salesiana”. Para realizar isso, o IX Sucessor de Dom Bosco indicou três opções estratégicas.

A primeira é a revitalização “endógena” da presença salesiana e, sobretudo do salesiano, recuperando o encontro e a presença entre os jovens, apostando numa formação européia dos jovens salesianos e empenhando-se por difundir o carisma salesiano entre leigos e colaboradores.

A segunda opção é a redistribuição e o redimensionamento das presenças salesianas. “Este redimensionamento deverá seguir orientações comuns e critérios homogêneos, os quais, permitindo a adaptação à peculiaridade nacional ou inspetorial, promovam o renovamento e a criação de obras onde sejam garantidas a identidade salesiana, a visibilidade social, a eficácia educativa e evangelizadora, e a promoção de uma cultura vocacional”. Três os critérios indicados: optar por um crescimento em qualidade carismática e visibilidade social; apostar na escola e especialmente na formação profissional; e reorganizar prontamente o mapa da presença salesiana na Europa.

E, enfim, a terceira opção: considerar a Europa como terra de missão. “Este projeto exigirá obviamente uma mudança estrutural nas comunidades do Velho Continente”. “O Projeto Europa é na realidade um projeto inédito. Mais do que um esplêndido programa missionário, como pode ter sido o “Projeto África”, é uma proposta espiritual sem precedentes; não se trata de evangelização «ad gentes», como por exemplo na Ásia ou na África; nem de consolidação de uma evangelização já concluída, como, por exemplo, na América Latina. Na Europa está em jogo a recuperação espiritual e cultural de um continente já não-cristão ou pós-cristão. De aqui derivam as seguintes opções”. Três as opções que deverão guiar os missionários salesianos que chegarão à Europa: a serviço da espiritualidade salesiana, providos de robusta formação, acolhidos por comunidades abertas e compreensivas.

Concluindo, o Reitor-Mor entregou aos presentes um esquema de trabalho bem preciso sobre o qual os grupos de aprofundamento deverão trabalhar.

Publicado em 28/11/2008