(ANS – Roma)– Na caminhada que nos aproxima do CG27 (Capítulo Geral 27), prossegue a publicação das reflexões sobre as realidades da Congregação, feitas por coordenadores regionais da Comissão Pré-capitular. Cabe hoje ao P. Lanfranco Fedrigotti, Inspetor da China e referente para a Ásia Leste-Oceânia.

Qual o estado da Congregação na sua Região, perante as instâncias dos Jovens, da Sociedade, da Igreja?

A Ásia Leste-Oceânia é uma região muito diversificada: há no seu interior quatro macroáreas, cada qual com desafios e peculiaridades próprias. Na Austrália, a religião, que é um dos três pilares do Sistema Preventivo, é ‘privatizada’: para nós evangelizadores e educadores é um desafio viver em plenitude o Evangelho para recuperar os jovens e fazê-los descobrir a espiritualidade de Dom Bosco.

Nas Filipinas, único país com maioria católica da Ásia oriental, a presença salesiana conserva o estilo de Valdocco, com obras endereçadas aos jovens mais necessitados. Ali portanto  o desafio é não deixar-se engolir pela mole de trabalho e oferecer aos jovens um testemunho pleno.

Na região do ‘Budismo Teravada’ – que compreende a área do Mianmar, Tailândia, Camboja e Laos – exatamente por sua tradição local, há uma intensa raiz mística das comunidades religiosas: um dom que cultivar. Há também a multietnicidade, que representa igualmente um valor que salvaguardar, tendo em vista a fraternidade.

Na área confuciana – termo aproximado com que pretendo identificar as Inspetorias do Japão, China, Vietnã, Coreia do Sul – há duas dinâmicas opostas: na China e Japão os salesianos são poucos e com frequência com idade avançada; no Vietnã e na Coreia, ao invé, há mais coirmãos jovens, sendo muitos os salesianos irmãos a estar perto dos jovens através do trabalho. Entretanto a missão é a mesma: mostrar aos Jovens Comunidades unidas  e atrativas; dar testemunho com a própria vida.

Qual a contribuição específica que a sua Região poderá oferecer ao CG27?

Como disse, a Ásia Leste-Oceânia é uma região pluriforme. Por isso pode contribuir variamente para o Capítulo, porque no seu interior existem dinâmicas variadas também presentes na outras partes do mundo. A Austrália, com a secularização, vive a mesma realidade da Europa ou dos EUA; as Filipinas, por seu empenho atualizado pelos jovens pobres, creio que se assemelhem às realidades da América Latina. Para as outras áreas, com os modelos desenvolvidos, mas em situação de minoria ou de multiculturalidade, podemos ser de ajuda a outras realidades missionárias.

Mas o inverso também é válido: todo o mundo salesiano representado no Capítulo poderá dar alguma coisa à Ásia Leste-Oceânia!

De que modo os Salesianos da sua Região buscam ser ‘Testemunhas da radicalidade evangélica’?

Não temos necessidade de coisas novas. Basta ser mais fiéis às Constituições e aos Regulamentos, sobre os quais fizemos a profissão religiosa. Trata-se de voltar às origens. Como o Evangelho é o texto fundamental para a Fé, as Constituições e os Regulamentos são-no para o nosso carisma. Julgo entretanto que devamos abrir-nos para receber a ‘graça da unidade’: unidade com Deus, com a Comunidade, com os Jovens.

Publicado em 22/11/2013