(ANS – Lahore) – A dez meses dos Dias de Estudo sobre a presença salesiana entre povos muçulmanos, o P. Václav Klement, Conselheiro para as Missões Salesianas, visitou de 14 a 21 de maio as duas presenças no Paquistão: Lahore e Queta. Foi a quarta visita em 10 anos feita pelo Conselheiro ao País.
O fruto principal desta visita foi o roteiro de marcha até 2020, que ajudou a clarear as linhas de ação, para o futuro da presença salesiana. Três as prioridades individuadas:
Nos colóquios com: os cinco salesianos (três missionários, dois paquistanenses), os seis candidatos, os 100 professores das escolas salesianas, os educadores, os ex-alunos e os jovens das obras salesianas, o P. Klement pôde notar quão intenso tenha sido o desenvolvimento da presença salesiana relativamente às suas visitas precedentes.
O início da presença salesiana no Paquistão remonta a 22 anos atrás, quando o então Núncio Apostólico no Paquistão, Dom Luigi Bressan, pediu ao VII Sucessor de Dom Bosco, P. Egídio Viganó, que ali abrisse uma presença. Em 1995 veio a aprovação da presença salesiana no Paquistão, e em 26 de agosto de 1998 chegou a Queta o primeiro salesiano, P. Pedro Zago.
Até hoje, a missão salesiana se expressou em mui variadas modalidades, com coragem e criatividade: através de uma escola técnica de qualidade (150 alunos), uma escola elementar e ginasial (900 alunos), três internatos (dois para meninos, um para meninas), a assistência a seis escolas para refugiados afegãos (2700 alunos), um aspirantado para os SDB e outro para as FMA; uma “Salesians Welfare Society” para o trabalho social; e um oratório festivo. As intervenções durante as emergências naturais – por ocasião do terremoto de 2005 ou das aluviões de 2010-2011 – muito ajudaram a tornar conhecido o nome de Dom Bosco em nível social.
As duas simples presenças salesianas – “Don Bosco Technical School” em Lahore e o “Don Bosco Learning Center”, em Queta – estão-se tornando cada vez mais um ponto de referência para a população do país e um oásis de convivência. Todas as atividades salesianas dirigem-se de fato aos pobres e últimos, sem distinção de credo religioso. O Sistema Preventivo mostra-se ainda atual para transformar a vida dos jovens e dos seus educadores, também na cultura local. E as vocações salesianas – dois estudantes de teologia, um pré-noviço e vários candidatos – representam um primeiro sinal de radicação do carisma.
Com uma presença de perto de 1milhão e 800mil fiéis, os católicos representam apenas 1% da população, distribuídos por sete dioceses e 125 paróquias. As forças pastorais contam com apenas 250 sacerdotes, 800 religiosos/as, coadjuvados por algumas centenas de catequistas leigos – muito importantes por sua presença nos povoados.
Fixar-se na cultura islâmica da Nação – com 180 milhões de fiéis muçulmanos (97% da população) – é um desafio aberto à Comunidade salesiana. Trata-se de vencer as dificuldades linguísticas do urdu (ou indostano) e a situação de marginalidade política e social a que são relegados os cristãos.
Nove missionários deixaram o país nos últimos anos. Mas não faltam motivos de otimismo: hoje exatamente está sendo enviada a primeira edição da ‘newsletter’ salesiana “Don Bosco Zinadabad”. São muitos os bispos que pedem missionários salesianos para as suas dioceses, sinal da confiança depositada no carisma salesiano. E espera-se para breve o visto de ingresso para mais quatro missionários que já o pediram.
Disse um dos jovens ao P. Klement no decorrer do último encontro: ‘O senhor perguntou-nos ontem se por acaso já nos havíamos alguma vez encontrado com Dom Bosco. Certamente! E agora podemos dizê-lo: os missionários salesianos são a imagem de Dom Bosco. Ele está vivo aqui em Queta. A semente da sua missão está crescendo dentro de nós. E um dia dará frutos!’.
Publicado em 24/05/2013
