(ANS – Roma) – Também neste ano o Conselheiro para a Formação enviou aos Delegados inspetoriais para a formação e aos Inspetores, uma carta de apresentação e avaliação dos dados estatísticos da Congregação, relativos ao dia 31 de dezembro precedente. O P. Cereda convida, especialmente as Comissões inspetoriais para a formação e as Comunidades de formação, a estudar tais dados e a buscar juntos as causas, a considerar os efeitos e a individuar remédios e soluções.
Também o Reitor-Mor leva em consideração esses dados. A sua última Carta – “Vocação e Formação: dom e tarefa” (ACG 416) – retoma-os focalizando a situação vocacional e formativa.
O P. Cereda, em sua carta, concentra-se em três temas:
Diminuição vocacional
Nos anos 2002-2006 a média anual de noviços foi de 586; de 2007 a 2012 baixou para 506; especialmente no biênio 2011-2012 a média foi de 447 noviços. A diminuição do número de noviços convida a refletir. É preciso se perguntar se nas comunidades salesianas e nas educativo-pastorais, nos grupos e nas associações juvenis, exista, e em que medida, o empenho na animação vocacional. Positiva a sugestão de envolver os leigos e as famílias, fazer uma explicita proposta aos jovens para um empenho apostólico e para a vida consagrada salesiana. “O carisma salesiano possui uma capacidade singular de atração para os jovens; devemos entretanto perguntar-nos se também a vida consagrada salesiana se torna deveras atraente para os jovens nos diversos contextos” – comenta o P. Cereda.
Fragilidade vocacional
Na formação inicial nota-se ainda debilidade e inconsistência nas motivações, que provocam respostas vocacionais parciais ou abandonos. Elevado o número de saídas durante o noviciado e no tempo da profissão temporária. Para ambas estas situações houve um ligeiro melhoramento no biênio 2011-2012.
“É bem possível que melhorando o aspirantado e o pré-noviciado, e o processo de discernimento, e dando uma atenção maior ao acompanhamento dos formandos, especialmente durante o tirocínio, se consiga reduzir o número das desistências, tanto durante o noviciado quanto no período da profissão temporária. É entretanto muito cedo para se falar de uma inversão de tendência; saber-se-á melhor nos próximos anos”.
Fidelidade vocacional
Releva-se, enfim, no tempo da formação permanente, uma progressiva e grave falta de fidelidade vocacional: em aumento o número de salesianos irmãos que deixam a Congregação depois da profissão perpétua; e, sobretudo, de salesianos presbíteros. Somente em 2012 os salesianos presbíteros que deixaram a Congregação por dispensa do celibato, secularização e demissões foram 100. Provavelmente algumas dessas situações se revelam pregressas, e só agora foram regularizadas pelas Inspetorias.
“É possível que em alguns casos de saídas não tenha havido um bom discernimento vocacional no período da formação inicial – escreve o P. Cereda –. É também possível que em alguns casos tenha havido uma crise improvisa não superada. É muito provável, porém, que, na maioria dos casos, a crise vocacional tivesse certa duração de tempo, e, talvez, os sinais já fossem visíveis no comportamento do irmão dentro da comunidade e fora. Pergunta-se, então, se, talvez, com um pouco mais de atenção fraterna, não teria sido possível prevenir ou ajudar algum irmão em dificuldade”.
“Deus fala-nos também através da Congregação – atesta o P. Cereda - . As situações da queda vocacional, da fragilidade vocacional na formação inicial e, sobretudo da infidelidade vocacional na formação permanente são problemas ainda abertos que exigem ser enfrentados com paciência, continuidade e determinação. É pois importante levar em consideração a leitura dos dados estatísticos apresentada pelo Conselheiro para a formação, para compreender quanto o Reitor-Mor afirma no final da Carta: que a formação é uma prioridade absoluta na Congregação”.
Publicado em 29/03/2013