(ANS – Madri) – A três anos do terremoto no Haiti não mais aparece nos jornais, mas sua situação não está mudando muito. A Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, produziu três documentários que buscam um dúplice objetivo: mostrar a presença salesiana no Haiti e relembrar o terceiro triste aniversário do terremoto do 12 de janeiro de 2010. “Haiti: 75 anos de presença salesiana”, “O despertar do Haiti” e “Filhos do Haiti” são os títulos dos documentários, que racontam uma realidade ainda precária.
A história dos Salesianos no Haiti inicia em 1936, com a pedido do governo de uma escola de formação profissional para formar bons cristãos e honestos cidadãos. “Há hoje perto de 75 salesianos com um objetivo claro: ajudar os jovens a construir um mundo novo – afirma o P. Adriano Bregolin, Vigário do Reitor-Mor, num dos três vídeos –. É um momento muito importante: celebramos o nosso aniversário, 75 anos de sacrifício, de presença (...). Haiti é o país de Dom Bosco”. A ele se junta o P. Jacques Charles, Ecônomo da Visitadoria do Haiti: “Dom Bosco hoje sentir-se-ia muito à vontade aqui, porque este é o seu povo, Dom Bosco é desta terra, Dom Bosco é para o Haiti”.
O vídeo “Despertar do Haiti”, lançado no mês de outubro, mostra como bastaram 30 segundos para arruinar 90% das escolas, 60% dos hospitais..., para que centenas de milhares de pessoas morressem, mais de 350.000 ficassem feridas e mais de um milhão de crianças se tornassem órfãos. Por causa dessa tragédia, também 75% das obras salesianas ficaram gravemente afetadas. O documentário recolhe aqueles segundos que deixaram o país em ruínas, e deixa clara a finalidade dos Salesianos no país: “Nosso sonho é um Haiti melhor, para jovens em condições de tomar conta de si mesmos, jovens seguros” – diz o P. Pierre Lephène, Conselheiro Inspetorial.
Haiti orgulha-se de suas próprias raízes africanas. É feito de povo mui vigoroso, povo sobrevivente: sofre muito e por muitos motivos. Desastres naturais e desgoverno são alguns. A miséria e as doenças, a falta de adequados serviços públicos, o analfabetismo, também formam parte dessa realidade. “Espero que o Haiti não acabe esquecido - é a esperança do P. Lephène à luz da sua experiência antes, durante e depois do terremoto; mas conclui com clareza: “Aqui estávamos antes do terremoto e aqui ficaremos”.
“Os filhos do Haiti” foi publicado em 9 de janeiro passado pela Procuradoria Missionária, de Madri, por ocasião do terceiro aniversário do terremoto do 2010. No DVD fala-se de Tissidor, apaixonado por canto e futebol; Jean Cerin, responsável pelo centro Lakou, que acolhe meninos de rua; Julius, que aprendeu a ler com 14 anos e hoje é um soldador; e Joseph Wesner, professor de eletricidade. Apenas alguns dos “filhos do Haiti”, que, como muitos outros, desde mui pequeninos aprenderam a sobreviver pelas ruas, ameaçados e maltratados; e viram seus amiguinhos morrer quando surpreendidos a furtar e os próprios caros fingir de os não ver quando os encontravam a pedir esmola ou a dormir em ‘caixas’ de papelão. Salesianos, como o P. Attilio Stra, lhes deram u’a mão. O documentário reconta suas histórias.
De cada DVD foi enviado exemplar a todas as circunscrições salesianas do mundo e a todas as escolas salesianas da Espanha. Nestes dias algumas passagens dos vídeos transitarão também pelas redes de tv espanholas. “O despertar do Haiti” e “Os filhos do Haiti” podem ser vistos outrossim no canal YouTube, da Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri.
Publicado em 11/01/2013
