China – O Cardeal Zen Ze-kiun encerra greve |
China - Grito de alarme do Cardeal Zen sobre a pobreza |
(ANS – Hong Kong) – Desde ontem de manhã, 19 de outubro, o Cardeal Joseph Zen Ze-kiun SDB iniciou uma greve de fome de três dias e três noites, perante a entrada da casa missionária salesiana “Shau Kei Wan”, de Hong Kong. O gesto foi determinado por uma decisão da Corte Suprema em matéria de educação.
A semana passada a Corte Suprema de Hong Kong rejeitou o recurso apresentado pela Igreja Católica contra a Emenda ao Ordenamento sobre a Instrução, de 2004. A efetividade da Emenda implica a necessidade de introduzir na gestão dos institutos escolares uma comissão organizadora que avalie o projeto educativo das escolas.
De tal comissão devem participar, além de pais e alunos, também personalidades externas ao mundo da escola – referentes ao governo – o que arrisca desviar a proposta educativa das escolas livres.
A lei oferece diversos benefícios, principalmente econômicos, às escolas que atuam o ordenamento, e segundo o governo permitirá uma transparência maior e uma melhor democracia. Para o juiz Kemal Bokhary – reporta ‘AsiaNews’ – “a legislação em causa não impede às organizações religiosas de nomear dentro das suas escolas uma maioria de pessoas a elas vizinha”.
Entretanto, segundo os gestores escolares, é apenas uma manobra para intervir na administração interna e direcionar a educação, e arrisca acabar com a até agora profícua colaboração ativa e confiante entre Governo e Igreja na promoção da formação integral dos jovens.
Antes de começar a greve o Cardeal Zen Ze-kiun concedeu uma coletiva à imprensa para motivar o seu gesto. Depois de agradecer aos numerosos benfeitores que por muitos anos sustentaram a educação católica e aos tantos missionários que ali ensinaram, o purpurado declarou: “Desagrada-nos que a nossa reivindicação não tenha sido reconhecida. Isto nos aflige, mas não se desesperem: Deus é o Senhor da história. (…) Possa Ele conceder-nos que, através do apoio ao nosso ideal educativo da parte dos nossos amigos católicos e não católicos, uma educação realmente católica possa ainda ser oferecida nas escolas que levam o nome «católico»”.
O Cardeal Zen Ze-kiun, de 79 anos e sujeito a distúrbios cardíacos, precisou que apesar da greve de fome nestes três dias tomará líquidos e todos os dias a SS. Eucaristia. Agentes sanitários voluntários ficarão com o Cardeal para monitorar as suas condições de saúde.
Note-se, por fim, que nos últimos dias sobre vários blogues foi maliciosamente reportada a quantia das doações recebidas pelo cardeal Zen Ze-kiun nestes anos passados. Na coletiva à imprensa de ontem o cardeal respondeu também sobre isso, mostrando para quais finalidades – benefícios – tenham sido destinadas tais quantias.
Publicado em 20/10/2011