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A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) apressou-se em defender e apoiar o Arcebispo de Cochabamba, Dom Tito Solari SDB, através de um comunicado lido pelo Secretário Geral da CEB, Dom Oscar Aparicio.
Segundo o documento, o sequestro ou a descoberta de fábricas da droga em várias partes do país são notícias frequentes e seja a realidade quanto a gravidade do tráfico de droga foram reconhecidos também pelo mesmo Presidente, Evo Morales; nem sequer é a primeira vez que alguém se refere a esses problemas, que são objeto de variadas reportagens da mídia.
“Como Igreja boliviana somos solidários com Dom Tito, por ser ele um bispo que se identifica com o seu povo e que é consciente dos males que o afligem; por sua presença e contato com o povo, dia após dia, no decurso de decênios de serviço, que levanta um grito de alarme, porque está em jogo a integridade física e espiritual de tantas crianças e jovens” – fala-se na nota.
No comunicado, a CEB assinala como as declarações de Dom Solari não tinham a intenção de depositar uma denúncia e as suas palavras “não pretenderam criticar e muito menos atacar ninguém, mas fazer-se eco da inquietação de agentes de pastoral, educadores, pais e jovens, por causa da grave ameaça do narcotráfico no Chapare”.
O Clero sublinhou o trabalho que Dom Solari realiza em Cochabamba em contextos como a realidade das prisões, os meninos de rua ou a problemática da água, “ações que lhes dão suficiente autoridade moral para pronunciar-se sobre tais questões”.
O dia depois que Dom Solari manifestou que nas vilas do Chapare as crianças oferecem cocaína aos turistas, foi questionado pelo Governo, que através de ministros e vice-ministros lhe exigiu apresentar uma denúncia formal e as provas de quanto foi afirmado.
A estas interrogações se acrescente que membros da assembleia nacional e departamental do partido governativo – Movimento para o Socialismo (MAS) – e cinco prefeitos da área do Chapare, lhe exigem pedir desculpas, porque julgam que estaria prejudicando a dignidade dos pequenos da região.
Ontem, dirigentes e cultivadores de coca do trópico de Cochabamba, setor filogovernativo, foram a La Paz para protestar e exortar Dom Solari a retirar as suas denúncias, ameaçando-o de pedir a sua expulsão, caso o não faça.
“A palavra dos Bispos e dos Pastores deve ser acolhida com humildade e desejo de viver na verdade e, naturalmente, evitando a violência, a desqualificação e qualquer tipo de manipulação interessada” – lê-se no comunicado.
Publicado o 25/11/2010
