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A sua história missionária teve início em 1981 quando, estudante do Instituto João XXIII, ouviu uma conferência do P. Milán Zednicek, salesiano – também ele hoje em Angola –, sobre o Continente Africano. O P. Martín Lasarte chegou ao Continente em 1990, à missão salesiana de Angola. No ano seguinte foi ordenado sacerdote.
Chegou durante a guerra civil que flagelou o país de 1975 a 2002, devido à luta entre o partito “MPLA”, apoiado por Cuba, e a formação política “Unita”, apoiada pelos EUA e China. A guerra terminou com a morte de Jonas Malheiro Savimbi, chefe da “Unita”, que nunca reconhecera a vitória nas eleições de 1992 do “MPLA”, que ainda hoje governa o país.
A primeira missão do P. Lasarte, em 1990, foi Lwena, capital da província de Moxico. Ali, como diácono, era o coordenador da “Caritas” e encarregado da distribuição dos alimentos e da promoção de pequenas cooperativas agrícolas. Era, aquele, um ano de muito sofrimento, fome, total isolamento, ataques na cidade. Enquanto, p. ex., o P. Lasarte estava em Roma fazendo especialização, os guerrilheiros entraram na cidade e mataram a mais de 500 civis.
Voltando a Angola nos primeiros meses do 2001, estabeleceu-se na capital, Luanda, como professor e formador dos jovens salesianos. No fim do ano, voltou novamente a Lwena, como pároco e diretor da missão, num dos períodos mais delicados da história do Moxico. Na paróquia, cuja extensão é de cerca de 90.000 quilômetros quadrados, deu acompanhamento a todo o tipo de atividade: pastoral, distribuição de alimentos, formação agrícola, cooperativas, escolas rurais, alfabetização, perfuração de poços d’água, centros de saúde, construção de pontes.
Finda a guerra, inicia uma nova história para o país: pode-se sair de noite, visitar a cidade vizinha, reunirem-se as famílias, iniciarem estudos jovens e adultos. Chegam investimentos de outros países. Faz-se um acordo com a China. Há maior abertura, colaboração, liberdade, educação, consciência dos próprios direitos. Mas também muita corrupção.
O atual governo de Angola apóia as forças sociais presentes no país e assinou protocolos de entendimento com a Igreja Católica e as outras igrejas. Graças a esse entendimento, as escolas salesianas são gratuitas e podem ser freqüentadas também pelos mais pobres. “Todos os anos entram para as escolas salesianas 11.500 alunos; e são 4.000 os que se inscrevem nos centros de formação profissional” – raconta o P. Lasarte.
Desde 2008 o P. Lasarte vive em Luanda, onde coordena as atividades de pastoral e de voluntariado. Ministra cursos de Sagrada Escritura no Seminário Maior e acompanha de perto um instituto para meninos de rua, na periferia da capital.
O texto integral da entrevista, em língua espanhola, pode ser visto no sítio de “El País”.
Publicado em 18/06/2010