(ANS – Tema) – “Não se pode parar o vento com as mãos” – diz um provérbio africano. Mas se pode ouvi-lo e interpretar os sinais dos tempos – como convida o Evangelho a fazer, buscando ser misericordiosos como o Pai para com aqueles que caíram na rede desapiedada do tráfico de seres, e de órgãos, humanos. À esta luz se pode interpretar a visita feita pelo P. Ángel Fernández Artime,Reitor-Mor, ao centro para crianças e adolescentes vítimas de comércio, na tarde de sábado, 6 de fevereiro.

A Obra salesiana “Child Protection Centre” se encontra em Tema, perto de Ashaiman, não longe da Capital, Accra. O Centro iniciou em 2014, depois de um apelo dirigido pelo mesmo Reitor-Mor aos Salesianos a dedicar mente,corpo e alma aos “jovens mais necessitados que nos desafiam com seu grito de dor”. Desde então, já passaram pelo centro 153 crianças e adolescentes. O Reitor-Mor encontrou-se com 26 deles, visto que os demais já se conseguiu reconfiar às próprias famílias, ou a outras que se comprometeram a cuidar deles. Todos os residentes são re-inseridos num regular programa educativo.

Atualmente em Tema está-se também a desenvolver uma intensa campanha de sensibilização e informação sobre os riscos das migrações ilegais, através de entrevistas com aqueles que sobreviveram às viagens migratórias e que agora estão novamente nas suas comunidades. A campanha usa vídeos e rádios, primeiras páginas nos jornais, fóruns, filmes; e debates nas zonas rurais...O Escritório de Planejamento e Desenvolvimento da Inspetoria e o ‘Don Bosco Youth Network’, em colaboração com o VIS e Missões Dom Bosco de Turim, estão chegando a milhares de jovens, criando consciência sobre as muitas formas de enganos, tráfico e exploração, para quantos se aventura a tais viagens. E ao mesmo tempo informa-se sobre as reais possibilidades de desenvolvimento, também existentes em Gana.

O encontro com os menores do centro foi realmente comovente para o Reitor-Mor. Falando de uma menina conhecida em Tema, o P. Á. F. Artime escreveu em Facebook: “O meu coração desabou quando vim a saber que fora salva, durante um ‘raid’, exatamente quando estava para ser ‘usada’, i. é: morta (pobre criatura!) para tirar-lhe os órgãos vitais”.

Publicado em 08/02/2016