(ANS – Freetown) – A Serra Leoa é hoje um país livre do ebola. Mas nele as crianças e adolescentes continuam a sofrer gravemente as consequências da epidemia. Se a situação da proteção das crianças e adolescentes no país já era difícil antes do ebola, agora, depois da epidemia, as violações dos direitos dos pequenos aumentaram: atestam-no os dados difundidos por “Misiones Salesianas”, de Madri, Espanha, divulgados hoje, 20 de novembro, por ocasião do Dia Universal dos Direitos da Criança.

Hoje, a Serra Leoa é um país ainda mais complicado: 82% das crianças entre 4 e 12 anos foi vítima de castigos violentos; mais de 70% das crianças entre 5 e 14 anos trabalha: 10.000 deles o fazem nas minas e muitos deles são aprendizes em lugares em que são explorados com mais de 12 horas por dia. São 12.000 as crianças que ficaram órfãos devido ao ebola. Aumentaram tanto as violências sobre menores quanto a gravidez precoce. Centenas de crianças foram acusadas de bruxaria, sendo incriminadas da morte dos seus familiares ...

São, estes, dados expostos no Relatório sobre a Situação do Direito à Proteção dos Menores na Serra Leoa, de Patricia Rodríguez, Responsável pela Área Projetos de “Misiones Salesianas”.

A falta de empenho político, a desagregação familiar, a perda de valores, a pobreza...: estes – alguns – fatores desencadeadores da atual situação na Serra Leoa. “É verdade que algumas coisas se fizeram para melhorar e proteger as crianças. Mas depois da passagem do ebola, a Serra Leoa continua destroçada, com as infraestruturas gerais débeis” – explica Ana Muñoz, porta-voz da Organização Salesiana.

Os Salesianos na Serra Leoa operam na prevenção, identificação, acolhença e reinserção de crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade. Dispõem de um ‘número verde’ a que os pequenos podem recorrer, um programa de cuidado e de reabilitação para meninos/as de rua, um abrigo para meninas vítimas de violência, programas de monitoração, de localização/reinserção familiar, de preparação ao mundo do trabalho...

“Proteger as crianças e adolescentes da Serra Leoa: o jeito para construir um país e um futuro melhor” – conclui a Porta-voz.

Publicado em 20/11/2015