(ANS – Ho Chi Minh City) – Uma pastoral familiar atenta, oração e qualidade da fé nas famílias representam o segredo para manter as vocações ao sacerdócio vivas no Vietnã: “Se uma família é santa, podem nascer vocações”, explica à Agência Fides o Arcebispo de Ho chi Minh City, Dom Paul Bui Van Doc. Também Entre os Salesianos se assiste a um florescimento vocacional.
O Arcebispo diz à Fides: “O Papa Francisco é muito amado pelos católicos no Vietnã e apreciado também pelos não cristãos. No Vietnã, sua pregação chega à mídia e às redes sociais. Até a imprensa controlada pelo regime comunista fala bem dele. Gostam de seu sorriso, de seu modo de agir e de falar, da sua predileção pelos pobres. Esperamos que este apreço possa ter influência positiva nas relações entre Vietnã e Santa Sé e se chegue rapidamente à instauração de plenas e oficiais relações diplomáticas”.
Uma prioridade para a Igreja local é a formação de sacerdotes e seminaristas que continuam a ser um número considerável: “As vocações estão aumentando; em todo o país existem 8 seminários maiores com mais de 3 mil candidatos, entre diocesanos e religiosos. Todavia, a formação dos jovens é hoje mais difícil por causa da influência da cultura secularizada, do materialismo prático, de uma mentalidade individualista que é mais insidiosa em relação ao ateísmo de Estado”.
Também entre os Salesianos se assiste a um florescimento vocacional. A presença dos Filhos de Dom Bosco no Vietnã, iniciada apenas em 1952, já conta hoje com 32 obras canonicamente eretas – muitas das quais dedicadas à formação profissional dos jovens –, com um número de religiosos superior a 300 e com um Noviciado que neste ano acompanha 29 jovens só da Inspetoria vietnamita. Mui intenso o impulso missionário, que se propaga através do testemunho exercido pelos salesianos que já partiram para a missão sobre os jovens em formação. Nos últimos 15 anos foram mais de 100 os jovens vietnamitas que deixaram a própria terra para ir a missões 'ad gentes'.
Na raiz do aumento de vocações, explica Dom Paul, existe “a vida das famílias cristãs, que ainda tem uma boa qualidade de fé e de testemunho. Por isso, a pastoral familiar é muito importante: a família é o berço das vocações. Se houver famílias santas, teremos mais sacerdotes. Em nível diocesano, mas também de Conferência Episcopal, depomos grande atenção na pastoral familiar”.
Dentre as novas urgências pastorais para a Igreja local, está hoje o apostolado junto aos migrantes internos, visto o deslocamento maciço das pessoas do campo rumo às grandes cidades. “Em uma cidade de 7 milhões de habitantes, como Ho Chi Minh Ville, chegaram outros dois milhões, dos quais 200 mil católicos, carentes de tudo. Com a Caritas, tentamos coordenar todas as componentes da Igreja local, como congregações religiosas, paróquias, movimentos de leigos, para ajudar estes irmãos. A Igreja no Vietnã – conclui o Arcebispo – continua a demonstrar grande atenção aos pobres e marginalizados, como testemunho do amor de Cristo e sinal de zelo pelo bem comum da sociedade”.
Publicado em 08/07/2014