(ANS – Roma) – “Nós, os Salesianos e eu, pessoalmente, queremos estar realmente abertos ao mundo, à Sociedade. Não estamos aqui para ficar atrás ou em cima do muro, mas para saber como anda o mundo. E cá estou à disposição de todos!” – assim saudou os jornalistas o P. Ángel Fernández Artime, no findar a Coletiva de Imprensa como Reitor-Mor, ocorrida na manhã de hoje, 2 de abril, na Casa Geral, em Roma.
A Coletiva tornou-se necessária pelos muitíssimos pedidos de entrevistas e diclarações, vindos da mídia de muitos países, feitos à ‘Agência iNfo Salesiana’, a partir do dia 25 de março, dia em que foi eleito X Sucessor de Dom Bosco.
Além do Reitor-Mor, estavam presentes na mesa dos relatores o seu Vigário, P. Francisco Cereda, e o Dr. Carlo De Cicco, Vice-Diretor de “L’Osservatore Romano”, na qualidade de moderador.
Um início de serviço inesperado, também porque até agora desempenhara multíplices serviços como Inspetor, antes na Espanha e ultimamente na Argentina, com algum conhecimento da realidade missionária na África francófona, e depois com outros mais recentes conhecimentos de alguns países da América Latina e com um passado como Delegado Inspetorial de PJ. Mas não pensava que essas premissas o levssem à sua eleição para Reitor-Mor.
Já prontos os primeiros pontos do programa de governo?
Não, certamente! É preciso antes esperar pelo encerramento do Capítulo Geral, que tem na Congregação a autoridade máxima, e aguardar as suas deliberações. Só depois, em 14 de abril, o Reitor-Mor começará a trabalhar mais estreitamente com o Conselho. E certamente em total sintonia com a exemplaridade oferecida pelo Papa Francisco, já sentida em Buenos Aires. Elemento prioritario será a atenção às periferias que para os salesianos se traduz na atenção e presença entre os jovens e entre os últimos.
Esta prioridade, relembrada pelo Papa, é também o centro das reflexões em ato na assembleia capitular. As exigências e as necessidades são muitas: “Nós certamente, não podemos salvar todo o mundo, mas podemos, sim, dar voz a quem não a tem”.
Perguntado sobre a precedente experiência com o Cardeal Bergoglio, o Reitor-Mor confirmou quanto já é conhecido: a sua imediatez nas relações, a sua simplicidade, a atenção aos últimos: “Pessoalmente pude experimentar o seu comportamento de imediatez nos relacionamentos, como, p. ex., no uso do telefone”.
A atenção passou também aos números: “Como estamos de vocações?” O P. Fernández Artime recordou quanto também já é do domínio público: a média é de 500 novos noviços todos os anos, com situações nacionais e continentais mui variadas. Certamente o maior potencial parece residir neste momento na África: na verdade, também como sinal da nova realidade, o Capítulo Geral elegeu para a Região salesiana África-Madagascar, pela primeira vez, exatamente um Regional africano.
O Reitor-Mor está no centro de toda a Família Salesiana (FS), já uma grande família, com mais de 30 grupos e, portanto, com um grande potencial de presença carismática a serviço dos jovens. Como resposta a uma pergunta específica sobre o relacionamento com o Instituto das Filhas di Maria Auxiliadora (FMA), desejou para todos os grupos da FS “plena autonomia, comunhão necessária”.
No que se refere ao Bicentenário, respondendo a uma pergunta específica, o Reitor-Mor confirmou que será um “maravilhoso dom” a visita do Papa Francisco a Turim, também pela contemporânea Ostensão, ou Exposição, do Santo Sudário. Quanto à data, essa ainda não foi comunicada.
Não faltaram perguntas relativas à situação do contencioso “Gerini”, tanto na Coletiva quanto em Entrevista específica.
Por não ter tido parte direta no governo da Congregação nos últimos anos, o que lhe impediria de dar uma resposta adequada, o P. Fernández Artime passou a palavra ao P. Cereda.
Precisou entretanto que não se trata de um evento que envolva toda a Congregação, mas somente um âmbito específico e limitato, a Direção Geral; e que entretanto, na área da administração dos bens, a linha a ser continuada não pode ser senão a da transparência e correção, além do envolvimento de pessoas externas qualificadas e competentes para as oportunas intervenções de avaliação.
O P. Cereda precisou que “o envolvimento da Direção Geral Obras Dom Bosco, no incidente da «Fondazione Ecclesiastica Teresa e Lippo Gerini» nasceu da subcrição de garantia pela Direção Geral relativamente a essa fundação”, em junho de 2007.
As investigações preliminares conduzidas pela Procuradoria da República acerca do ato de transação foram primeiro arquivadas e depois reabertas; e até hoje não existe uma decisão final.
Em consequência disso, a Entidade Direção Geral Obras Dom Bosco foi penhorada solidariamente com alguns bens da Fundação.
Sublinha-se entretanto que “não se trata de penhora nem da Congregação Salesiana, nem das 90 Inspetorias Salesianas espalhadas pelo mundo”.
Espera-se que “as argumentações apresentadas pelos nossos Advogados possam invalidar o ato do qual tudo se originou”, isto é, a transação de junho de 2007, o que “deveria fechar toda pendência com os herdeiros”.
Publicado em 02/04/2014