(ANS – Mendoza) – Pelo segundo ano consecutivo os ambientes do oratório “Zeferino Namuncurá”, de Mendoza, abre suas portas a todos os adultos que vivem na rua. A pouco mais de uma semana de sua abertura, já são 30 as pessoas que o frequentam para dormir e receber alguma coisa quente para começar o dia.

“Este é o único lugar onde nos tratam como gente”; “Por que Vocês, gente limpa, com trabalho e estudo, .... se preocupam e perdem tempo conosco?”; “Se neste ano o albergue reabrir, eu quero voltar como voluntário, porque desejo restituir tudo quanto de bom eu cá recebi”: algumas das frases que ressoam no albergue por ocasião de partilhas...

Respira-se um clima de harmonia, distensão e diálogo. Alguns têm uma grande necessidade de falar; outros só querem ver um pouco de TV, ou bater bola, antes de ir dormir...

Para os membros da Equipe de voluntários, o trabalho e a vida em comum nessa circunstância são uma intensa experiência de Deus – incarnado – um Deus presente nos irmãos. Irmãos necessitados.

Certamente essa experiência é um grande desafio: requer muito esforço. E sacrifícios. Mas é também um grande dom: dom que marca a existência, que ajuda a ampliar a própria visão, que enriquece a experiência pessoal. Também o trabalho profissional e pastoral.

“Adultos de rua” ou “Adultos que vivem em situação de rua”...? Achar uma ‘definição’ certa não é tarefa fácil. Referimo-nos entretanto àquelas pessoas que fazem da ‘vida na rua’ um espaço vital para o desenvolvimento da identidade.

Estar em “situação de rua” evidencia mais uma circunstância social que uma categoria ou uma situação individual. Provavelmente o conceito que melhor encerra essa idéia é ‘exclusão social’, que se refere ao processo de desvinculação ou de ruptura dos laços afetivos (família, amigos, ....) e institucionais (escola, trabalho, redes de apoio, ....). Um problema que portanto não se refere somente à exigência ‘habitativa’. Da experiência, pois, maturada no trabalho com essas pessoas, aparece claro que não é possível achar um único motivo pelo qual eles ali se encontram em tão mísera situação.

Os Salesianos da Argentina continuarão a partilhar as suas experiências nesse projeto começado, no qual qualquer um é livre de fazer um pouco de voluntariado. Para ulteriores informações pode-se visitar a página Facebook do albergue.

Publicado em 17/05/2013