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22/4/2013 - Brasil - A obra salesiana entre os Bororo
Fotos do artigo -BRASIL – A OBRA SALESIANA ENTRE OS BORORO
Fotografia disponível em Image Bank

(ANS – Merúri) – Por ocasião da Visita Extraordinária à Inspetoria do Brasil-Campo Grande (BCG), o P. Natale Vitali, Conselheiro para a Região América Cone Sul, focaliza uma página da história salesiana. Há mais de um século os salesianos trabalham com os indígenas bororos, evangelizando e promovendo os seus direitos, pelos quais um salesiano alemão, P. Rudolf Lunkenbein, e um bororo, Simão Cristino Koge Ekudugodu, não hesitaram em dar a própria vida. Toda uma história de empenho e solidariedade ao lado dos indígenas.

Os primeiros salesianos chegaram a esta terra bororo aos 18 de janeiro de 1902. O Diretor era o Pe. João Bálzola e a Diretora, a Irmã Rosa Kiste. Construíram a primeira missão na região denominada “Toripó” (Tachos). Devido a problemas com a escassez de água, a Missão foi depois transferida para a região próxima ao Morro de Meruri, às margens do Córrego Barreiro, dando origem à atual Aldeia Meruri, que é a aldeia principal e a sede da Missão Salesiana até hoje.

Em 1903, foi criada a atual Escola Sagrado Coração de Jesus, com o ensinamento de Português, Matemática, Ciências e Práticas Agrícolas para os meninos e oficinas de tecelagem para as meninas. A Missão, de 1905 até 1921 também dá aos bororo assistência econômica, à saúde, à educação e à evangelização.

Pelos anos 1934-1935 a população não índia começa a marcar presença cada vez mais numerosa e surge o sistema de atendimento por desobriga aos núcleos de garimpeiros e criadores que vão se estabelecendo na região. O número de Bororo diminui ainda mais, seja pela diminuição dos nascimentos, pelo aumento de mortalidade e pelas mudanças de famílias para aldeias do Rio São Lourenço, se bem que alguns Bororo do Rio Vermelho vêm se estabelecer também em Meruri.

Pela metade da década de 1950, durante a direção do P. Bruno Mariano, foram reformadas as habitações das Irmãs e os ambientes da Escola. De 1963 a 1964 foram construídas as casas de material para as famílias bororo da aldeia de Meruri. Nesta época aparecem os primeiros veículos para transporte de mercadorias e têm início os problemas de terra: começam a ser ocupadas por não índios as áreas vizinhas à Missão e tradicionalmente usadas pelos Boror nas suas caçadas, pescarias, inclusive áreas oficialmente reservadas para atendimento deles.

Pelos anos 1956 a 1957 chega a Meruri um numeroso grupo de Xavantes que são atendidos pela Missão e pelos Bororo até o seu translado e estabelecimento definitivo em São Marcos em 1958. Com a fundação do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), em 1972, o compromisso missionário de evangelização passa a ser também de apoio aos índios na conservação da cultura, da língua e ao direito a um território onde possam continuar vivendo como povos diferenciados. É construído o hospital e aprimora-se o atendimento à saúde dos Bororo com a colaboração de especialistas de Minas Gerais e São Paulo. Especialmente do Dr. Geraldo Chaves Salomon, professor da USP, o qual, num trabalho de mais de dez anos, conseguiu erradicar a tuberculose entre os Bororo e Xavante das Missões Salesianas.

Em 1973 a escola é oficialmente reconhecida como Escola Indígena Estadual. Em 1974 inicia o processo de formação de professores e enfermeiros indígenas.

Com a venda das terras dos dois lotes, por parte do governo do Estado, os conflitos de terra chegam à sua culminância e terminam em 1976, com a re-demarcação da Área Indígena Bororo de Meruri, que custou a vida ao então Diretor e Pároco de Meruri, P. Rodolfo Lunkenbein e ao Bororo Simão Cristino Koge Ekudugodu.

De 1980 aos dias atuais diminui o atendimento à população não índia a partir de Meruri pelo surgimento de novas paróquias na região.

Com o aumento dos alunos Bororo a escola, além do Ensino Fundamental cria, em 2009, também o Ensino Médio. Os professores são todos Bororos e a maioria tem curso superior. Merece destaque a criação do Centro de Cultura P. Rodolfo Lunkenbein, inaugurado em 2001, o qual, hoje, é referência nacional na revitalização da cultura indígena. Em 2012 a direção da escola passou para os bororo.

Segundo o Censo de 2010, o Brasil tem 2.348 Bororo: 1.184 homes e 1.164 mulheres. O povo Bororo representa o 0,31% dos indígenas do Brasil que no total são 898,917 distribuídos em 305 etnias.

Publicado em 22/04/2012

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