(ANS – Roma) – O Cardeal salesiano Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, está, já faz alguns dias, em Roma, para participar das Congregações gerais cardinalícias e sucessivamente do Conclave que elegerá o Sucessor de Bento XVI. Sábado passado, 2 de março, foi entrevistado por Enzo Romeo, responsável pela Redação ‘Esteri’, do TG2, telejornal da Rede 2, da RAI. Reportamos alguns itens da entrevista.
Eminência, pesará, segundo o seu modo de ver, sobre o Conclave a presença, pela primeira vez, de um Papa emérito?
Certamente é uma ocasião inédita na história; digo entretanto que coisa relevante será sobretudo saber que Bento XVI reza por nós.
Para os Senhores Cardeais, que vêm de longe, há a exigência de saber algo mais sobre o que ocorreu na Igreja no último ano, sobre o caso Vatileaks, por exemplo?
Penso que isto seria necessário, porque se somos um Colégio, se somos coirmãos, devemos saber a respeito do que, pela distância e o nosso trabalho particular, não dispomos, isto é: de suficientes informações.
Está maduro, segundo V. Emcia., o tempo para um papa não europeu?
Não depende tanto de ser ou não ser europeu: depende dos grandes desafios que hoje deverá enfrentar o novo Papa. Mais que numa nacionalidade, devemos pensar na pessoa mais adequada para responder a tais desafios.
No precedente Conclave V. Emcia. recebeu votos. O que se experimenta quando o próprio nome ressoa na Sistina: satisfação, medo, perturbação?
Medo certamente, porque o de pontífice não é um cargo que um ser humano possa desejar. Mas ao mesmo tempo quando Deus faz um chamado dá também a Graça de o assumir.
V. Emcia. é músico e o Papa no último encontro com os Purpurados disse que o Colégio cardinalício deveria ser uma como orquestra onde as divisões se possam fundir numa única harmonia? Compartilha da ideia?
Estou plenamente de acordo, doutra forma a Igreja não seria uma sinfonia, mas uma cacofonia.
Publicado em 04/03/2013