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(ANS – Manila) – Vinte rapazes da obra “Tuloy Foundation”, para recuperar meninos de rua, iniciaram recentemente o curso de formação em Arte Culinária. Guiados por um verdadeiro ‘chef’ e acompanhados pelo P. Marc “Rocky” Evangelista, fundador e diretor da ‘Tuloy Foundation’, os jovens tentam alcançar o profissionalismo necessário para se tornarem independentes e construir um seu futuro de sucesso.
Entre os vários cursos técnico-profissionais ativos na ‘Tuloy Foundation’, um dos mais recentes é o de Arte Culinária, aberto no fim de 2010 – depois da construção do Centro Culinário de dois andares – e que já chegou à terceira edição. Ministra-o um ‘chef’ de fama, originário ‘Jean-Pierre “JP” Migné’, da França, mas transplantado nas Filipinas faz 25 anos, coadjuvado pelo ajudante/cozinheiro Jan Aranillo.
Normalmente os alunos chegam ao curso sem nenhum conhecimento culinário útil: “Os pratos e os vários tipos de gosto são – admite o sr. Migné – conceitos a eles totalmente alheios. A ideia mesma de refeição é irrelevante: eles comem quando há comida (e com frequência só quando há) e vão dormir para não pensar na comida (quando não há)”. Quanto aos gostos, o ‘chef’ deve repartir das bases: doce, amargo, salgado.
Nos primeiros dias de curso, além disso, o ‘chef’ Migné mostra sempre alguns episódios do célebre ‘reality show’ inglês “Hell’s Kitchen” (Cozinha do inferno) – no qual o ‘chef’ Gordon Ramsey dirige a sua cozinha como fosse um sargento – a fim de preparar os alunos a ambientes de trabalho mais difíceis e competitivos.
Os alunos, entretanto, têm boa vontade e felicíssimos por poder aprender: “Ficamos surpresos ao descobrir que deveríamos usar várias facas e talheres, panelas e frigideiras para os diversos pratos” – comenta um deles. Para não falar das numerosas ervas, temperos e ingrediente vários: “São de tal forma numerosos, e variados… e caros que...!” – acrescentam.
O curso detém-se especialmente na cozinha filipina e em outras, asiáticas; mas permite conhecer também as características culinárias de outras partes do mundo; e programa aulas em tecnologia alimentar, nutrição, conservação e estocagem de alimentos, higiene. Para tornar a formação dos jovens mais ampla possível, ministram-se além disso outras disciplinas correlatas à cozinha, a fim de aumentar suas possibilidade de emprego como garçãos, baristas...
Aos jovens cursistas também se ensina que na cozinha servem carisma e liderança, capacidades matemáticas para as compras e as proporções, além de conhecimentos sobre as propriedades dos alimentos; que um verdadeiro ‘chef’ se ocupa do alimento já no mercado e que não visa cumprimentos, mas se possível empenha-se por evitar as críticas; que se erra não diz “sinto muito”, mas se corrige para não errar novamente; e que, na cozinha, mais que em qualquer outro lugar de trabalho, contam o trabalho de equipe e o respeito pelos colegas: “ensinamento útil – sublinha o Sr. Migné – em qualquer setor da vida, não só se uma pessoa é um ‘chef’ ”.
Durante a freqüência ao curso os jovens residem na fundação, para poupar ausências e despesas de transporte. Concluída a formação, graças aos contatos do Sr. Migné, todos os jovens são enviados a praticar nas cozinhas de prestigiosos restaurantes e hotéis, onde normalmente são apreciados por suas capacidades e empenho. Todos os alunos dos ciclos passados acharam emprego, alguns até no exterior.
O P. Evangelista sublinha que o curso, como as outras iniciativas da fundação, mantém-se fundamentalmente com as doações dos benfeitores. Mas o ‘Chef’ Migné faz questão de precisar que o curso não fica nada a dever a outros cursos análogos que chegam a custar até... milhares de ‘pesos’.
Publicado em 12/02/2013