(ANS – Cuiabá) – Ontem, 18 de junho, a ‘Missão Salesiana do Mato Grosso’ – nome com que civilmente se denomina a Inspetoria do Brasil-Campo Grande (BCG) – celebrou 118 anos de história. Segue-se, numa como ampla panorâmica, a marcha vertiginosa, quase vorticosa, da ação dos Filhos de Dom Bosco no Oeste do Brasil, para o bem do Povo e dos Indígenas bororos e xavantes, desde a primeira Paróquia até a Universidade Católica Dom Bosco.
A Missão Salesiana do Mato Grosso celebra 118 anos
Ontem, 18 de junho, a ‘Missão Salesiana do Mato Grosso’ – nome com que civilmente se denomina a Inspetoria do Brasil-Campo Grande (BCG) – celebrou 118 anos de história.
A primeira obra confiada aos Filhos de Dom Bosco no Estado do Mato Grosso foi a Paróquia de São Gonçalo do Porto, em Cuiabá, com o Instituto salesiano São Gonçalo. Em 1895 os Salesianos iniciaram a evangelização dos indígenas Bororos, da Colônia Teresa Cristina.
O P. Antônio Malan foi um dos principais promotores da Missão Salesiana. De fato, com a morte de Dom Luís Lasagna, ele assume a direção; e a Missão expande suas tendas, abrindo a Escola Agrícola de Santo Antônio, no vizinho Coxipó da Ponte e, em 1899, o noviciado. Após o abandono da Colônia Teresa Cristina, é iniciada uma nova obra em Corumbá, chamada Colégio Santa Teresa, e também um Oratório, dedicado a São Miguel, na vizinha cidade Ladário.
A evangelização do Povo bororo é retomada em 1902 com a abertura da Colônia Sagrado Coração de Jesus, nos Tachos (hoje a missão se encontra em Merúri), seguida, em 1905, da Imaculada, no Rio das Garças (abandonada em 1922), de São José, no Sangradouro, em 1906, e de Gratidão Nacional, em Palmeiras, abandonada em 1920, após a morte do diretor, P. José Thannhuber. O P. Thannhuber fora alertado por Dom Rua que haveria de sofrer o martírio.
Em 1914 é criada da Prelazia de Registro do Araguaia e os salesianos assumem a paróquia da sede, atual Araguaiana, e a escola, fechada em 1975. Em fins de 1918, há uma primeira tentativa de aproximação dos Xavantes, sem resultados, nas proximidades do Rio das Mortes, abandonada três meses depois.
Em 1919, no Sul do Estado, é assumida a Paróquia de Aquidauana, entregue, em 1930 aos Padres redentoristas, juntamente com a de Miranda, atendida por dois anos por P. João Crippa. Em 1921 é criada a Paróquia de Santa Rita do Araguaia, atual Alto Araguaia, onde, por dois anos, o Prelado fixa sua residência. No período do P. Carrá, a Inspetoria volta sua atenções ao sul do Estado, assumindo as Paróquias de Campo Grande e de Três Lagoas, em 1924; e, no ano seguinte, a de Ponta Porã, entregue em 1943, com a anexa escola, aos Padres redentoristas. Em 1925, o P. João Crippa compra, em Campo Grande, os dois primeiros lotes para iniciar o Oratório São José, conhecido mais como "Capelinha".
Com P. Dalla Via, a Inspetoria estende suas tendas ao vizinho Estado de Goiás, assumindo, a convite de Dom Emanuel Gomes de Oliveira SDB, a direção do Ginásio Anchieta, em Bonfim, atual Silvânia. No mesmo ano, em Campo Grande, é adquirido o Ginásio Pestalozzi, denominado "Ginásio Municipal Dom Bosco", atual Colégio Salesiano Dom Bosco.
Com a chegada do Inspetor P. Carletti, em 1932, a Inspetoria expande ainda as suas atividades, abrindo em Guiratinga o Instituto Bom Jesus, fechado em 1975. Nesse ano é retomada a tentativa de aproximação dos Xavantes, interrompida em 1934, pela morte dos Padres Fuchs e Sacilotti.
Em 1934 é reaberto o noviciado no Seminário da Conceição, em Cuiabá, com a vinda da primeira turma de clérigos da Itália e, no ano seguinte, são abertos os cursos de Filosofia e Teologia. Nesse mesmo ano de 1934, o P. César Albisetti assume a Paróquia de Poxoréo, mais tarde sede da ‘Operação Mato Grosso’ e de um Centro Juvenil e Curso Profissionalizante.
Em 1937, o P. Chovelon retoma a iniciativa de aproximação dos Xavantes, viajando pelos rio Araguaia e rio das Mortes. No ano seguinte é reassumida a paróquia de Alto Araguaia, com anexa uma escola primária. Em 1953, é criado o curso ginasial, que dura até 1989, quando se suspendem as atividades escolares. Em 1941, o P. João Pian dá início na capital goiana ao Ateneu Dom Bosco. No ano seguinte, a convite de Dom Henrique Mourão SDB, a Inspetoria assume a direção do Ginásio Diocesano, depois Colégio Dom Henrique, na cidade de Lins, já no Oeste do Estado de São Paulo. Em 1944, o Cinqüentenário da Missão é assinalado pela reabertura do noviciado na Chácara São Vicente e do Externato São José, anexo à Capelinha, em Campo Grande e do Colégio Dom Bosco, na cidade de Tupã, na Alta Paulista e cujas atividades são encerradas em 1975. Neste período, anexa à paróquia de Três Lagoas, funcionava uma escola paroquial substituída depois pelo Ginásio Bom Jesus, extinto mais tarde. O P. Guido Barra, sucessor de P. Carletti, transferiu em 1947 a sede da Inspetoria de Cuiabá para Campo Grande, Colégio Dom Bosco.
Em 1949, o P. Antonio Colbacchini fixa residência em Xavantina para uma nova aproximação com os Xavantes e, em Campo Grande, é assumida a direção do seminário diocesano, cujas atividades são interrompidas em 1970 por determinação da Diocese. Em 1950, após a transferência do Ginásio Anchieta e do Ateneu Dom Bosco à Inspetoria de São João Bosco, de Belo Horizonte, são abertos os colégios de Araçatuba e de Lucélia, no Estado de São Paulo. As atividades em Lucélia foram suspensas em 1985.
Em 1953 é reaberta a residência de Santa Teresinha para atender aos Xavantes, sendo fechada novamente em 1962. Os Xavantes, em 1956, procuram as colônias de Sangradouro e de Merúri. O grupo de Merúri, em 1958, é transferido para a nova colônia de São Marcos. Ainda em 1956, o P. André Capelli fixa residência na Serraria, atual Indápolis, iniciando uma pequena Escola agrícola, evoluída na Escola Agrícola Dom Bosco e atual Colégio Dom Bosco, com anexo, em 1985, o noviciado. No mesmo ano de 1956, P. Guilherme Müller assume a paróquia de Barra do Garças. Em Cuiabá, o aspirantado é transferido para Coxipó da Ponte, deixando o Seminário para aspirantes ao clero diocesano, sob a direção do P. João Duroure. Em 1962, o seminário é transferido para o novo prédio na Várzea Grande, ainda sob a direção dos salesianos, até 1989.
No governo do P. João Greiner, é construída a Casa de Retiros na Chácara São Vicente e no Colégio Salesiano Dom Bosco, prédio da Rua 14 de julho, onde em 1962 é instalada a Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, embrião das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT), transformada em Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) em 1993 e seguida por outras faculdades em Lins, Araçatuba, Cuiabá e Corumbá. Em 1961 o P. Ernesto Saksida abre em Corumbá a ‘Cidade Dom Bosco’, para atender à juventude abandonada da cidade. Mais tarde, o P. Zerbini instala na mesma, com ajudas internacionais, a Escola Industrial. Em 1964, no governo do P. Leonardo Jacuzzi, é aberto no bairro Santo Antônio, em Campo Grande, o Oratório Paulo VI, abrigando depois a Escola Rui Barbosa, a Paróquia N. Sra. Auxiliadora e por último o Estudantado filosófico. No mesmo ano, o P. Constantino abre em Maracaju uma escola, cedida mais tarde ao Governo do Estado. Em 1976 a Inspetoria transfere a sede para o Oratório São José, inaugurando mais tarde, o prédio onde foi instalado o então Museu Dom Bosco, hoje ‘Museu das Culturas Dom Bosco’, reinaugurado em 2009 no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande-MS.
No Ano do Centenário são inauguradas a Casa do Sonho, na Chapada e nova presença em Rondonópolis, com a paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus. Em 2005, é fundada a Paróquia Nossa Senhora da Salete, em Primavera do Leste-MT.
Além de tantas atividades, a Inspetoria atende as paróquias em Lins, Araçatuba, Indápolis, Campo Grande, Corumbá, Cuiabá, sem contar as paróquias nas dioceses de Guiratinga e Barra do Garças. Por anos atendeu também as catedrais de Cuiabá, Corumbá e Barra do Garças e a paróquia de Maracaju.
Tudo isto representa a colaboração da Missão Salesiana na construção do Reino de Deus nesta terra sonhada por Dom Bosco (sonho de 1883). A Missão Salesiana de Mato Grosso, cuja sede se encontra em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (MS), possui 20 casas, atendidas por 134 salesianos que se dedicam intensamente à promoção da vida na região.
A Missão Salesiana realiza diversos projetos e ações por intermédio de colégios e instituições de ensino superior, que contribuem para a manutenção das obras sociais, paróquias, missões indígenas e obras que têm, hoje, profundas raízes na vida social e cultural dos Estados de Mato Grosso (MG), Mato Grosso do Sul (MS) e do oeste do Estado de São Paulo. Sua atuação beneficia milhares de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais, das classes sociais menos favorecidas, abrangendo todas as áreas de desenvolvimento do ser humano e atingindo grande parte da população na região onde está inserida.
Agradecemos a todos os salesianos e colaboradores pelos trabalhos que são realizados em todas as casas da Missão Salesiana e, pedimos a Maria Auxiliadora que continue abençoando a Obra Salesiana nestas terras sonhadas por nosso Pai e Mestre São João Bosco.
Publicado em 19/06012
