RMG – Subsídios úteis para o XLV Dia Mundial da Comunicação Social |
Vaticano – Presentes encarnando os valores do Evangelho |
Mais uma vez Bento XVI voltou a falar da comunicação digital, manifestando assim a sua atenção aos atuais desafios da sociedade, insistindo na importância da contribuição dos fiéis cristãos na evangelização e na construção do Reino, através da linguagem da mídia moderna.
O Papa evocou a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais promulgada em janeiro, na qual se sublinha a capacidade de as novas tecnologias transformarem não só a maneira de comunicar mas também as mesmas modalidades do pensar e do conhecer.
Essas novidades podem certamente dar ocasião a riscos – perda de interioridade, superficialidade no relacionamento, fuga na emotividade, prevalência da opinião mais convincente relativamente à verdade –; mas “a fé sempre penetra, enriquece, exalta e vivifica a cultura, e esta, por sua vez, se faz veículo da fé, a quem oferece a linguagem para pensar-se e exprimir-se”. Não é preciso temer os desafios da modernidade, mas “fazer-se atentos ouvintes das linguagens dos homens do nosso tempo, para estar atentos à obra de Deus no mundo”.
Para o Pontífice os católicos, especialmente os empenhados no mundo das comunicações, devem permitir ao “pensamento digital” interpelar a fé e a teologia, ouvir-lhe com atenção e sem preconceitos as perguntas e pedidos. Jesus utilizava os elementos da cultura e do ambiente do seu tempo: rebanhos, campos, banquete, semente. Assim, especificou o Papa, “somos chamados hoje a descobrir, também na cultura digital, símbolos e metáforas significativos para as pessoas, que possam ser de auxílio ao se falar do Reino de Deus ao homem contemporâneo”.
Bento XVI tratou enfim também do “relacionamento cada vez mais estreito e ordinário entre o ser humano e as máquinas”, mostrando também nessa ocasião uma judiciosa confiança no progresso tecnológico. São os valores espirituais, de fato, que permitem promover uma comunicação realmente humana; e essa é alguma coisa de irrenunciável para a pessoa humana de cada tempo, porque “é uma resposta ao chamada impresso em nossa natureza de seres criados à imagem e à semelhança do Deus da comunhão”.
Concluindo sua fala, Bento XVI indicou o P. Matteo Ricci SJ como o modelo para os modernos comunicadores, porque foi capaz de usufruir das tradições e da cultura em que operava para anunciar o Evangelho na China.
Publicado em 01/03/2011