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É um autêntico êxodo o que muitos sudaneses estão cumprindo nestes dias para ir às urnas e pedir a independência do governo de Cartum. Uma viagem que implica perigos constantes e adversidades de todo o tipo. Em Cartum existem muitos campos de confluência e quem deseja partir é obstaculizado. Caso consiga pôr-se a caminho, é parado e mais parado pela polícia ao longo do trajeto, a qual exige pagamento para que os caminhões e ônibus possam trafegar tão sobrecarregados de gente.
Nessas condições, como sempre, quem acaba penalizados são sobretudo os mais fracos. Durante essa longa e lenta viagem, as crianças são as mais sacrificadas: acabam ficando em péssimas condições, visto que lhes falta qualquer humana assistência. Muitos deles sem água sequer para beber ou lavar-se, se tornam irreconhecíveis e brancos de poeira.
Entre os poucos agentes que se empenham por dar apoio aos migrantes estão os missionários e os membros da Igreja Local. Se um comboio pára perto de alguma organização caritativa cristã, dá-se-lhe assistência, especialmente às mães e às crianças, que passam tantas horas sem poder comer um mínimo de comida ou tomar umas gotas d’água.
A Igreja local em poucos dias reuniu os párocos para organizar alguma forma de ajuda a esses comboios. Mas essa é uma atividade difícil de se levar a termo. E mesmo que se trate de dinheiro, seu uso continua sempre muito difícil. Não há segurança para ninguém, há sempre o risco que alguém denuncie.
Continuam os choques armados. Várias agências jornalísticas reportam nestes dias a existência de violências entre as diversas facções e exatamente hoje, Gier Chuang, Ministro do Interior do Sudão Sul confirmou a morte de dez civis e o ferimento de outros 18 sudaneses numa emboscada feita ontem ao longo dos limites entre o norte e o sul.
Em ‘ANSchannel’ está disponível um vídeo que documenta com imagens a tragédia em que vive esse povo. As imagens foram feitas no dia 1° de janeiro último, dia de festa para novo ano e Dia Mundial... da Paz.
Publicado em 11/01/2011
