Goma e a sua região – Norte-Kivu – foram teatro de guerras, violências e cataclismos, que suscitaram empenhos importantes de organizações públicas e particulares de auxílio humanitário. No dia 19 de agosto chegou a Goma, proveniente de Kinshasa, uma numerosa Delegação, composta do Ministro dos Negócios Sociais, Ação humanitária e Solidariedade nacional, Dr. Ferdinand Kambere; do representante especial do secretário geral adjunto da ONU na República Democrática do Congo e chefe adjunto da Monusco, Fidèle Sarassoro; do embaixador da Grã-Bretanha, Neil Wagan; do vice-governador do Norte-Kivu, Feller Lutaicire; dos representantes do PAM e da FAO; de outros representantes de ongues; e de numerosos jornalistas acompanhantes.
Além dos discursos comemorativos oficiais, a Delegação visitou o Centro de Jovens Dom Bosco Ngangi, que de 1997 até hoje deu guarida a mais de 35.000 menores em perigo: órfãos, meninos abandonados ou refugiados, ex-soldados-mirins, meninas-mães ou vítimas de violência, famílias em dificuldade.
A Delegação, recebida pelo diretor do Centro, P. Piero Gavioli, salesiano, visitou os ambientes da obra: o centro nutricional – onde 200/300 crianças (0-5 anos) e seus acompanhantes recebem todos os dias uma mesa normal e um suplemento proteico; a cozinha – que no período escolar prepara ao meio-dia 3000 refeições para todos os alunos do centro e para o pessoal; e o orfanato – que acolhe 45/50 pequenos (de 0-3 anos).
A visita da Delegação teve um duplo significado. Reconheceu que a emergência não terminou. Mesmo que Goma goze de uma relativa tranquilidade, as conseqüências da emergência continuarão a fazer-se sentir por muitos anos ainda. O auxílio humanitário continua necessário se se deseja assegurar aos menores os seus direitos, através da assistência e da educação. Goma foi escolhida porque os desastres naturais, as guerras, as doenças e a pobreza reduziram a um estado de extrema vulnerabilidade um número impressionante de meninos e meninas. A visita da delegação do Governo congolês e dos principais benfeitores na República Democrática do Congo ao Centro Dom Bosco faz esperar que os auxílios possam continuar.
Além disso e ao mesmo tempo, a celebração, em Ngangi, do Dia mundial do Auxílio Humanitário constitui um reconhecimento explícito da ação que os salesianos, os voluntários do Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento (VIS) e os colaboradores congoleses realizam em favor dos jovens mais pobres.
É a 2ª vez que se comemora no dia 19 de agosto o Dia Mundial do Auxílio Humanitário, instituído em 2008 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, para sensibilizar a opinião pública à cooperação internacional e a atividades humanitárias.
A data escolhida recorda o atentado a uma Secretaria das Nações Unidas, em Bagdá, em 2003, onde encontraram a morte para além de 20 agentes humanitários que ali trabalhavam.
Publicado em 27/08/2010