Itália – Os vinhos de Cremisã entre bons de “Squisito 2011” |
Itália - VIS: 25 anos a educar para um mundo possível |
Israel – Há mais de 120 anos produzindo vinho |
Na setor de “Vinitaly”, importante manifestação enogastronômica da Itália, feita em Verona a semana passada, foram apresentados o “Dabouqy 2009”, o “Hamdány-Jándaly 2009” e o “Star of Bethlehem 2009”, vinhos que se produzem na Cantina dos Salesianos, em Cremisã. Da apresentação, feita no pavilhão da Região da Úmbria, participaram diversos especialistas do setor, e visitantes.
Os Salesianos, graças à colaboração do Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento (VIS), estão levando avante há já alguns anos um projeto que visa a valorização e o estudo de espécies autóctones de videiras. Especialmente para as novas produções vinícolas, concentrou-se a atenção nas vides chamadas Hamdáni-Jándali, Daboúki e Báladi. A exposição conta com a colaboração de Andrea Bonini, enólogo, e de Roberto Paglierini, agrônomo, da Universidade de Hebron e do ‘Istituto Agrario S. Michele’, no Adige di Trento, Itália.
O vinho, símbolo importante para a religião hebraica e cristã, representa a tentativa de diálogo entre israelenses e palestinos. Os vinhedos, de fato, achar-se-ão cortados ao meio, entre Palestina e Israel; mas irão produzir várias qualidades de vinho sob uma única etiqueta: ‘Cremisan’. A cultura agrícola, própria dessa região em que o vinho representa uma fonte importante de trabalho, poderia inserir-se como instrumento de diálogo no conflito laico e político que por decênios atribula o País.
O projeto, que também se propõe formar pessoal local, possui entre os operários da cantina também muçulmanos. Para administrar a cantina de um ponto de vista técnico, pensou-se em dar a oportunidade a dois jovens árabes cristãos de preparar-se por três anos na Universidade de S. Michele all`Adige.
Riccardo Cotarella, enólogo de fama mundial e colaborador do projeto, declarou: “É para mim sempre entusiasmante, como técnico, estudar o desempenho das videiras em lugares, a mim e aos demais, desconhecidos em termos qualitativos. Ao mesmo tempo, não se pode desconsiderar que ali a videira é história, paixão, religião. Amalgamar pois ao menos e só estes dois fatores é motivo de apaixonado e tecnológico envolvimento”.
Publicado em 16/04/2010