Relatou o trabalho feito pelos salesianos e leigos colaboradores, entre os quais alguns voluntários do VIS, o P. Mario Pérez, diretor do ‘Dom Bosco Ngangi’. O seu testemunho foi precedido pela projeção do vídeo, sempre produzido por ‘Missões Dom Bosco-Mídia Centro de Turim: “Goma, Das Trevas Uma Luz”. O filme inicia com a impressionante declaração de u’a mãe refugiada na área de Mugunga - «Eu quero voltar para Sake, a minha aldeia; aqui estamos passando fome; é desde anteontem que não como» - que encerra e exprime toda a tragédia que nos últimos meses se foi intensificando na região ao norte de Kivu.
O Centro, aberto em 1988, se transformou com o passar do tempo num dos lugares de acolhida e recuperação de menores periclitantes mais importantes de toda a região. Ao número das crianças e adolescentes de Ngangi ou provenientes das vilas vizinhas, juntaram-se desde 1998, após o recrudescimento da guerra, crianças e adolescentes pertencentes a todas as etnias e provenientes também de zonas distantes do país, fugidos ou desaparecidos após terem visto matar ou levar embora as próprias famílias.
Hoje no Centro são acolhidas crianças e jovens que se encontram na rua desacompanhados e famintos, meninos-soldados, refugiados, e todos os menores em situação de pobreza, marginalização e exploração. Os serviços que os salesianos e os agentes de Ngangi-Goma prestam são multíplices: atenção às necessidades dos mais carentes, valorização e promoção da dignidade e dos direitos humanos, proposta de percurso educativo global.
Aos rapazes se oferece a possibilidade de estudar e receber uma formação profissional segundo a idade e a capacidade de cada um. Uma equipe social encarrega-se da identificação, da pesquisa e elaboração de projetos de reinserção dos jovens recebidos no Centro.
Para garantir a sustentabilidade da reinserção do jovem na família, dá-se início a um projeto de vida que presta atenção às necessidades de todo o grupo familiar.
«O objetivo é reintegrar a criança na sociedade, dar a ela direitos - declara o P. Mario Pérez –. Quando não há uma família, por um tempo somos nós a sua família, mas é necessário pensar que no futuro ela terá que constituir o seu lar. Para torná-la autônoma, portanto, nós colocamos a sua disposição uma casa. Se a criança é grande e tem um irmão, uma irmã ou uma tia que pode arcar com a responsabilidade de acompanhá-la, e não tem outro alojamento, então lhe damos a casa. As que se beneficiam com estas ajudas devem pagar alguma coisa com seu trabalho, mesmo se se trata de microcrédito. Devem reembolsar alguma coisa para dizer que realmente lhe pertence. Este é um modo de fazer com que se sintam orgulhosos de si mesmos.»
Foi exatamente a visita dos agentes de ‘Missões Dom Bosco Mídia Centro de Turim’ e do VIS que realizou o vídeo, para possibilitar, através de uma campanha jornalística intencional , uma atenção da mídia italiana à tragédia de Goma.
Publicado em 14/01/2009