RMG – Encerrado o encontro dos Inspetores da Europa |
RMG – Testemunho de Magdi Cristiano Allam |
RMG – Relançar o carisma salesiano na Europa |
Comentando as leituras da liturgia do dia, Dom Van Luyn recordou, citando a “Gaudium et Spes”, a solicitude permanente da Igreja em perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho. A atual crise econômica é um sinal dos tempos, sinal que deve ser analisado e interpretado. “A causa da crise financeira deve ser buscada, entretanto, não só na falta de transparência e de responsabilidade jurídica mas também e antes no modelo discutível da nossa sociedade”, disse o bispo de Roterdã: uma crise, portanto, não só de valor mas também de valores. “Embora a Igreja não se possa pronunciar sobre medidas concretas e técnicas a serem tomadas, a sua Doutrina Social entretanto oferece uma contribuição de realismo e de esperança”.
Como Presidente da COMECE, Dom Van Luyn disse ter proposto, ao lado do “people-profit-planet”, dar uma atenção especial ao “pneuma”: “A pessoa humana é mais que um consumidor ou produtor: é um ser racional, social, relacional, moral e espiritual”. As noções da Doutrina Social da Igreja, entretanto - constatou o prelado – não são recebidas: não por motivos filosóficos mas porque são religiosas. Os cristãos são chamados a fazer também autocrítica, porque é a eles que foi confiada “u’a mensagem de salvação, mensagem destinada a todos” (GS 2). Numa cultura caracterizada pelas dinâmicas da comunicação, onde é sempre mais importante a comunicação não-verbal relativamente à verbal, é de vital importância conjugar a ação do anúncio com a do exemplo. Por isso os cristãos são constantemente chamados a questionar-se: “Que podemos fazer para transmitir a fé de maneira mais compreensível e para testemunhá-la de modo mais fidedigno em nossa vida?”.
Discernir os sinais dos tempos e responder tempestivamente às urgências com a criatividade e o equilíbrio que caracterizaram a ação de Dom Bosco são tarefas que concernem também ao salesiano, relembrou Dom Van Luyn, citando as Constituições salesianas. “Os salesianos não podem manter-se distantes; devem tornar-se aliados ativos de todas as forças que na Igreja e na sociedade se empenham por uma sociedade mais humana e humanizadora”. Os filhos de Dom Bosco, ao formar o “honesto cidadão e bom cristão”, devem cuidar de educar às responsabilidades morais, profissionais e sociais.
Dom Van Luyn concluiu exortando os Inspetores e a Família salesiana a unirem forças – congregações religiosas, cooperadores, ex-alunos, Universidade Pontifícia Salesiana, Auxilium – por um projeto apostólico comum: “Temos as nossas cartas em regra: um patrimônio espiritual forte e atraente, uma missão juvenil e popular mais que nunca atual, um sistema educativo preventivo e uma pastoral juvenil relacional e dinâmica”.
Voltando ao Salesianum, os Inspetores partilharam em assembléia as conclusões dos trabalhos de grupo do dia anterior que, aprofundando a relação do Reitor-Mor, indicaram objetivos, conteúdos e processos do Projeto Europa. Sucessivamente, divididos em grupos regionais – Itália-Oriente Médio, Europa Norte-Europa Oeste - e Conselho Geral, passaram das propostas a projetos concretos.
Aguarda-se para a tarde de hoje a fala de Magdí Cristiano Allam, vice-diretor do cotidiano italiano “Corriere della Sera”, recém-convertido do islã ao cristianismo.
Publicado em 29/11/2008