(ANS – Freetown) – No âmbito do trabalho feito pelos Salesianos nos vários lugares onde o vírus ebola faz mais numerosas vítimas,o P. Jorge Mario Crisafulli,Superior salesiano da Inspetoria da África Ocidental Anglófona (AFW),apresentou uma relação que ultrapassa de muito as respostas imediatas e urgentes, e que evidencia a importância de enfoques de medio e longo alcance,que se tornarão certamente campanhas de suporte às  populações atingidas e que serão aprofundadas mediante futuras comunicações.

Por Andrés Felipe Loaiza, SDB.

A relação do P. Crisafulli apresenta tanto a gravidade da situação na Libéria e Serra Leoa, onde, segundo os Salesianos que ali estão, “está fora de controle e com casos de infecção em aumento”, quanto uma crescente preocupação: que desta vez o vírus “veio para ficar”.

Os Salesianos não trabalham sozinhos. Há uma grande sinergia que reúne mais realidades: a Arquidiocese de Monróvia, o Ministério da Saúde e da Educação, a UNICEF, Médicos Sem Fronteiras, Médicos Alemães, além de outras Congregações Religiosas que se encontram em áreas isoladas e de quarantena.

Juntos, explica o P. Crisafulli, se devem empreender várias iniciativas imediatas e urgentes, quais: prevenção e educação, distribuição de alimentos e material sanitário. Cada qual dessas iniciativas se motivam e se desenvolvem de modos diferentes. Lê-se, p. ex., no relatório: “A força mais importante para realizar esta campanha de prevenção e educação são os jovens. (....) A nossa Ongue ‘Don Bosco Youth Network, West Africa’, produziu todo conjunto de subsídios para a TV e o rádio: cartazes, adesivos, opúsculos... visando realizar esse trabalho. Os Jovens do Movimento Juvenil Salesiano (MJS), os nossos grupos paroquiais e movimentos, os estudantes, todos aderiram imediatamente a essas iniciativas”.

No que concerne a intervenções de prazo médio, o P. Crisafulli aponta seis: educação através das rádios (utilizada em casos análogos em todo o mundo); produção de alimentos (projeto já em curso com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina); o cuidado dos órfãos do ebola (começada junto com o Ministério do Bem-Estar, com a UNICEF e outras Ongues); a necessidade de uma presença das Filhas de Maria Auxiliadora (pedida pelo P. Crisafulli ao Capítulo Geral 23, das Filhas de Maria Auxiliadora, em curso até o próximo 22 de novembro, com resultados que se esperam positivos); a necessidade de voluntários (atualmente se está trabalhando com os voluntários locais); e a necessidade de comunicar, de modo positivo, ESPERANÇA e afastar os medos (relembra o P. Crisafulli quanto cantava Victor Heredia: “Quem disse que tudo está perdido? Eu venho oferecer meu coração”).

Como ainda refere o P. Crisafulli, muitos ainda não acreditam que o ebola seja real e, com frequência, gritam por complô... Mas, como disse em primeira mão, o jornalista italiano Sergio Ramazzotti, em sua reportagem «Virá a morte e terá meus olhos», escrita para ‘Vanity Fair’: “Ebola é um inimigo pérfido, porque invisível. Um combatente de impiedosa eficiência. Um terrorista que ataca segundo a clássica doutrina da guerrilha: a de minar o equilíbrio psicológico antes mesmo de minar a incolumidade física”.

Publicado em 07/11/2014