(ANS – Roma) –‘Se deixássemos a África, estaríamos traindo a população’ – diz, numa conversa com a ‘Network ABC’, René González, missionário dos Agostinianos Recoletos, no povoado de Kamabai, ao norte da Serra Leoa. No artigo, publicado em 21 outubro, se recolhem mais testemunhos de vários missionários – como o do P. Antonio GutiérrezSDB – os quais continuam cumprindo a sua missão entre aqueles que foram contagiados pelo Ebola.A seguir alguns trechos do artigo.

Desde que a epidemia do Ebola chegou à África Ocidental, com uma das piores emergências sanitárias da história, perto de 9.200 ficaram contaminadas e outras 4.500 pessoas morreram: entre estas, também dois missionários espanhóis: Miguel Pajares e Manuel García Viejo. Embora já tenham passado várias semanas desde a sua morte, o repatriamento de ambos os religiosos continua a criar uma polêmica que parece esquecer a realidade da questão: nenhum desses religiosos está ali por turismo: está ali arriscando a vida para prevenir uma ulterior difusão da epidemia.

Só na Serra Leoa existem 3.410 infectados e 1.200 foram os mortos. “O clima é de tensão, claro; de tensão espantosa. Experimentamos um grande sentido de impotência” – diz o articulista René González. Com ele, originário de Olmedo (Valladolid, Espanha) continuam seu trabalho no país africano três missionários espanhóis: o salesiano Antonio Gutiérrez, na cidade de Bo; Luis Pérez, xaveriano, em Makeni; e José Luis Garayoa, Coirmão de René González, em Kamabai.

Mas o Ebola não se limita à Serra Leoa. Na Libéria, país atualmente mais atingido, houve 4.262 casos e 2.484 mortes. Nesse país, embora haja estavelmente diversos sacerdotes espanhóis, a realidade local impede a chegada de outros. Do mesmo modo, na vizinha República da Guiné (onde se desenvolveu a doença) estão presentes três salesianos espanhóis: José Ramón Guinea, em Kankan; Rafael Sabé, em Siliguri; e Emilio Hernando, na Capital, Conacri. Alguns deles fazem parte de uma Comissão de prevenção, consagrada a informar a população a fim de prevenir ulteriores contágios. No mais, e não é pouco, se ocupam de mais de 300 crianças que ficaram órfãs por causa do vírus.

“O hospital onde se encontram os pacientes está lotado – informa o P. Hernando,o qual está na África há mais de 30 anos –. E por que continuo ainda aqui? Pela simples razão de que não podemos abandonar a população”.

O artigo de Eduardo S. Molano, correspondente do jornal ‘ABC’, em Accra, pode ser visto no sítio web dos Salesianos da Espanha.

Publicado em 28/10/2014