(ANS - Monrovia) - Com a epidemia do Ebola ainda em curso e milhares de casos previstos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nas próximas semanas, os jovens, cristãos e muçulmanos, do grupo "Domingos Sávio e Don Bosco" não param de trabalhar incondicionalmente para tutelar a população local, encorajados pelos diversos casos de cura do vírus.

"Meus amigos e minha família estão muito preocupado comigo nesta situação. Eles procuraram me convencer, de todas as maneiras, a voltar para a Nigéria, mas eu disse a mim mesmo: esta é uma situação que requer a contribuição e ajuda de todos, não importa se é pouco e uma vez que Deus me deu vida e boa saúde, estou vou usá-las para o bem de outras pessoas", insiste, sem rodeios, Josephat, o criador e líder do grupo.

O contexto social em que os jovens precisam agir é sempre muito difícil, uma vez que, apesar de todas as notícias e medidas estabelecidas, ainda há muita gente que não acredita que existe uma epidemia de Ebola e limita-se a criticar e acusar o Governo e o Ministério da Saúde usar a crise de roubar o dinheiro e se preocupar apenas em salvaguardar animais selvagens, macacos e morcegos, que são os principais portadores do vírus.

Por outro lado, o governo só começou a tomar medidas sérias após a morte de seu funcionário Patrick Sawyer, vítima de Ebola na Nigéria no final de julho (os primeiros casos na Libéria foram registrados em março).

Todavia, nos últimos tempos, tem circulado uma boa notícia: a confirmação de que cerca de 34 pessoas foram curadas do Ebola. Segundo o testemunho de algumas destas pessoas, os fatores mais importante para a cura foram a alimentação correta e os devidos cuidados por parte dos profissionais de saúde. "Isso motivou o nosso grupo a estender a missão diretamente aos pacientes com Ebola. - diz Josephat - Como não podemos alcançá-los pessoalmente, doamos, através do fundo de Caridade do Arcebispo, alimentos, desinfetantes, água mineral, dinheiro (sobretudo para apoiar e motivar os profissionais de saúde), cloro e cloreto, sabonetes e sabão em pó. Compramos tudo e enviamos ao nosso pároco. Ele encaminha o material para o arcebispo, que faz chegar tudo nos vários centros de isolamento do Ebola presentes em Monrovia. É uma iniciativa do arcebispo, uma contribuição da arquidiocese na luta contra o Ebola".

Segundo estatísticas divulgadas pelo Ministério da Informação, em 3 de setembro, 1.015 mortes na Libéria foram atribuídas ao Ebola. "A boa notícia é que dois municípios no país estão livres do vírus; e o município em que está localizada a aldeia onde operamos no momento, teve o número de casos de Ebola reduzidos", afirma Josephat.

Postado em 10/09/2014